Filme está automaticamente inscrito para a disputa do Oscar de melhor documentário de longa-metragem
Por André Cintra, compartilhado do Portal Vermelho
O Festival Internacional É Tudo Verdade consagrou o documentário Quando Falta o Ar – um sensível retrato dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus. Dirigido pelas irmãs Ana Petta e Helena Petta, o filme foi anunciado como o vencedor na categoria Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens.
A cerimônia de premiação ocorreu neste domingo (10) no Espaço Itaú de Cinema Augusta, em São Paulo. Além do Troféu É Tudo Verdade, Quando Falta o Ar foi agraciado com o prêmio de R$ 20 mil. O filme está automaticamente inscrito para a disputa do Oscar de melhor documentário de longa-metragem, já que o festival brasileiro é reconhecido como evento classificatório pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.
Quando Falta o Ar deve estrear nos cinemas ainda neste ano, mas pode ser visto antes: a plataforma É Tudo Verdade Play vai promover uma sessão extra do documentário, nesta terça-feira (12), às 21 horas.
“Ainda emocionada com a premiação de ontem, é necessário dizer que um filme é um trabalho coletivo! Este filme nasce da necessidade de construirmos memória e resistência”, postou, em suas redes, Helena Petta. “Viva o SUS! Viva o cinema brasileiro!”
O júri, composto pela historiadora Eloá Chouzal, pelo diretor de fotografia Carlos Ebert e pelo cineasta Renato Terra, destacou que Quando Falta o Ar “é mais do que uma radiografia contundente e corajosa da pandemia da Covid-19 no Brasil”. Segundo os jurados, “as diretoras conseguem ampliar o entendimento da tragédia humanitária em várias perspectivas: desde os agentes comunitários que trabalham na prevenção até as Unidades de Tratamento Intensivo dos Hospitais, passando pelos corpos ensacados e enterrados em quantidades assustadoras. Tudo feito com um olhar extremamente cuidadoso de quem sabe construir e captar cenas que valorizam os sentimentos humanos dos indivíduos retratados.”
“Além de sua impecável qualidade cinematográfica, Quando Falta o Ar captura a temperatura dos acontecimentos, o heroísmo e a exaustão dos profissionais de saúde à frente da pandemia, a luta pela vida dos pacientes, o alívio intenso dos que não se contaminaram, o medo presente no ar, a tristeza dos que perderam pessoas queridas. É um registro precioso de uma memória coletiva ainda recente e um registro inestimável da importância do Sistema Único de Saúde, o SUS”, finaliza o júri.