Texto categoriza as pessoas com deficiência de acordo com seus níveis de QI, utilizando termos como “idiota”, “imbecil” e “débil mental”
Por Guilherme Paladino, compartilhado de Brasil 247

247 – Um órgão ligado ao governo de Javier Milei na Argentina causou polêmica ao se referir a pessoas com deficiência intelectual utilizando termos considerados pejorativos e ultrapassados pela comunidade médica, informa reportagem da Folha de S. Paulo. O documento, que foi assinado pelo diretor da Agência Nacional de Deficiência, Diego Orlando Spagnuolo, categoriza as pessoas com deficiência de acordo com seus níveis de QI, utilizando termos como “idiota”, “imbecil” e “débil mental” (profundo, moderado e leve).
O texto, que detalha as condições para a concessão de pensões vitalícias a pessoas sem recursos ou impossibilitadas de trabalhar, foi publicado em janeiro no Boletim Oficial da Argentina, equivalente ao Diário Oficial da União no Brasil.Play Video
“Segundo o QI, os grupos são: 0-30 (idiota): não superou a etapa glósica, não lê nem escreve, não conhece o dinheiro, não controla esfíncteres, não cuida de suas necessidades básicas, não pode subsistir sozinho; 30-50 (imbécil): não lê nem escreve, cuida de suas necessidades elementais, pode realizar tarefas rudimentares; 50-60 (deficiente mental profundo): apenas assina o nome, tem vocabulário simples, não lida com dinheiro, pode realizar tarefas rudimentares; 60-70 (deficiente mental moderado): lê, escreve, realiza operações simples, conhece o dinheiro, pode realizar trabalhos de baixa exigência intelectual; 70-90 (deficiente mental leve): cursou o primário e às vezes o secundário, pode realizar tarefas de maior complexidade. Limítrofes são aqueles com QI próximo ao normal”, diz o documento.
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— Rogério Tomaz Jr. (@rogeriotomazjr) February 27, 2025
O governo de Javier Milei publicou no Diário Oficial a nova classificação para pessoa com deficiência mental: “idiota”, “imbecil” e “débil mental”.
Se me contassem eu não acreditaria. Eu vi no Diário Oficial e ainda não acredito. O PDF do documento eu vou mandar no… pic.twitter.com/ooVI9kOOPL
A categorização de deficiências intelectuais com base unicamente no QI é considerada inadequada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras entidades de saúde, que também levam em conta as habilidades de adaptação na sociedade. O governo Milei, que já anunciou planos de seguir os passos de Donald Trump nos Estados Unidos em relação à OMS, agora enfrenta críticas por retroceder em práticas já consolidadas internacionalmente.
A utilização desses termos, além de ser considerada ofensiva, reflete uma visão antiquada sobre a deficiência intelectual, que não leva em consideração a complexidade e a diversidade das condições individuais.