Publicado em Jornal GGN –
A Polícia Federal enviou em 11 de setembro, antes da eleição, o pedido ao Supremo Tribunal Federal para fazer uma operação de busca e apreensão em endereços ligados a Aécio Neves (PSDB). Mas o ministro Marco Aurélio Mello só conseguiu despachar nesta semana, porque precisou aguardar a manifestação da procuradora-geral da República Raquel Dodge.
Segundo a coluna de Lauro Jardim, Dodge levou mais de 45 dias para se manifestar a favor da operação. Deu tempo de Aécio se eleger deputado federal no dia 7 de outubro.
Quando quer, a procuradora-geral atua em tempo muito menor. Quando o desembargador Rogério Favreto concedeu um habeas corpus em caráter liminar ao ex-presidente Lula – e acabou desautorizado por uma ação orquestrada entre Sergio Moro e o próprio TRF-4 – Dodge levou uma semana para denunciar Favreto e pedir a pena máxima ao magistrado: a aposentadoria compulsória.
A coluna da jornalista Mônica Bergamo desta quarta (12) traz outra informação sobre a PGR: a de que ela estaria disposta a destravar acordos de delação premiada, que foram colocados “em banho-maria” desde que ela ascendeu ao cargo. Até aqui, a chefe do Ministério Público Federal utilizou as delações herdadas de Rodrigo Janot para encaminhar investigações.
“De acordo com pessoas familiarizadas com as conversas, o próximo ano pode ser, para o PSDB, tão amargo quanto anos anteriores foram para o PT”, anotou Bergamo.