Enquanto tarados políticos e sexuais dominam o noticiário no Brasil, o mundo vai dando sinais cada vez mais fortes de que já tem os dois pés na lama da recessão.
Por Fernando Brito, compartilhado de seu Blog
O índice DXY, que mede a força do dólar ante moedas do Canadá, Europa, Reino Unido, Franco Suíço e Dólar Australiano, atingiu seu maior nível em 20 anos, a 108 pontos. Há um ano, era 92.
Mas o dólar “forte” é fraco, porque embute uma inflação de 9% em um ano, numa economia estagnada e diante da iminência de dois anos de governo imobilizado, porque Joe Biden caminha para uma derrota acachapante na renovação de metade do parlamento, com uma taxa de reprovação nunca alcançada antes: 60% de desaprovação contra apenas 33% de aprovação.
Bolsa e dólar respondem, respectivamente, com baixa e alta fortes: de novo o Ibovespa abaixo de 100 mil pontos (97,9 mil) e a moeda americana de volta aos R$ 5,37.
Embora necessário, o aporte de dinheiro em circulação que fará a “PEC Compra Voto” – ao menos R$ 30 bilhões nos próximos três meses, ou pouco menos, pois minha avó é uma bicicleta se a parcela de outubro será antecipada.
Com dólar em alta e mais dinheiro em circulação, pode tornar temerária a cessação do aumento das taxas de juros pelo Banco Central, que seria o adequado com o esperado declínio dos níveis da inflação. Seria uma arbitragem menor em relação aos juros externos, que atrai moeda especulativa ao Brasil, porque não só estes juros sobem lá fora como o risco Brasil, parcela que entra nesta lucrativa migração financeira.
Claro que seria adivinhação irresponsável que venhamos a ter um crash, mas que esta trapizonga financeira mundial está rangendo alto, isso está.