Relator-geral do Sínodo, cardeal brasileiro alerta para destruição ambiental na floresta e crise climática e defende ordenação de homens casados
Sentado ao lado do Papa Francisco, o cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes, relator-geral do Sínodo para a Amazônia e presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM) fez um duro discurso na abertura dos trabalhos, nesta segunda-feira (7/10), alertando que a vida na Amazônia nunca esteve tão ameaçada “pela destruição e exploração ambiental e pela violação sistemática dos direitos humanos elementares da população”. Dom Claudio também destacou a crise climática – “ocorre no planeta uma devastação, depredação e degradação galopante dos recursos da terra” e defendeu a ordenação de homens casados e maior participação das mulheres na Igreja.
O cardeal brasileiro falou logo após a saudação inicial do Papa Francisco que, na véspera, na Santa Missa de Abertura do Sínodo, havia alertado para novos colonialismos na Amazônia. “Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos. O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros”, disse o Pontíficie no domingo. Na saudação no começo dos trabalhos nesta segunda, após agradecer o trabalho de todos e a presença dos 158 bispos – 57 brasileiros – que estão no Vaticano, Francisco disse que a ação pastoral da Igreja Católica deve evitar “colonizações ideológicas que destroem ou reduzem a idiossincrasia dos povos”.
Na abertura dos trabalhos, o Papa voltou a defender os povos indígenas ao garantir não ver diferenças entre as plumas usadas na cabeça por algumas dessas populações e os chapéus utilizados na liturgia católica. “Me entristeceu ouvir, aqui mesmo, um comentário sarcástico sobre um homem devoto que carregava oferendas com plumas na cabeça. Me digam: qual é a diferença entre ter plumas na cabeça e o chapéu de três pontas utilizado por certas hierarquias em nossos dicastérios?”, questionou Francisco.
Dom Claudio Hummes propôs em sua manifestação seis núcleos de discussão para o Sínodo: 1) Igreja na Amazônia e seus novos caminhos; 2) O rosto amazônico da Igreja: inculturação e interculturalidade em âmbito missionário-eclesial; 3) A ministerialidade da Igreja na Amazônia: presbiterado, diaconato, ministérios, o papel da mulher; 4) A ação da Igreja no cuidado com a Casa Comum: a escuta da Terra e dos pobres; ecologia integral ambiental, econômica, social e cultural; 5) A Igreja amazônica na realidade urbana; 6) A questão da água. Todos esses temas foram destacados no discurso do relator-geral do Sínodo:
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