Domingo, a pátria de chuteiras vai escolher seu destino. Voto em Haddad

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Por René Ruschel, jornalista, no Facebook

Se alguém ousar sair pelas ruas da pátria verde-amarela com uma prancheta as mãos e perguntar pelo maior caos da história, certamente muitos irão mencionar o massacre alemão na Copa de 2014. O 7 X 1 permanece enrascado na garganta do povão. Tanto que, nas manifestações políticas do candidato Jair Bolsonaro, os irascíveis adotam as camisas da CBF como traje oficial. Aliás, nesta mixórdia de classes, caberia também o fraque, a bengala e a cartola, apesar de tão fora de moda por estas terras tropicais.




De fato, somos passionais. Por mais de meio século ruminamos a derrota para o Uruguai, na Copa de 1950. Destas tragédias, aprendemos pouco. Apenas usar a camiseta da seleção como armadura.

Domingo, 28 de outubro, a batalha será maior. A pátria de chuteira vai decidir seu destino. O destino de cada um de nós, de nossos filhos e netos. Caminhamos à beira de um precipício. Os incautos e incultos insistem em não ver o óbvio.

Não enxergam o que o mundo todo nos alerta. A cultura política se resume a um celular. O conhecimento chega via whatsapp.

Uma pesquisa mostra que 48% dos eleitores de Bolsonaro acreditam no que leem. A mentira, o ódio, a total ausência de bom senso chega às raias do limite.

Enquanto isto, a moral retrógrada e o fanatismo religioso se associam ao analfabetismo político. Dos púlpitos, que se tornou o principal palanque nestas eleições, exalam vozes que defendem políticas que apregoam a violência, a discriminação, o fim dos direitos sociais; a tortura, a prisão dos que pensam diferente e o fim da democracia – nosso maior patrimônio.

Acobertam um candidato cuja marca registrada é sinalizar, com o polegar e o indicador, a apologia às armas. O projeto de combater a violência com o fuzil oficial. Serão pobres, miseráveis, matando pobres e miseráveis.

Os argumentos em favor de Bolsonaro são arcaicos. A ignorância quase absoluta os torna reféns de chavões sem qualquer nexo. Comunismo, Cuba, Venezuela, “o chão vermelho”, “kit gay”, entre outros. A manada segue por instinto. Não pensa. É incapaz de raciocinar. A começar pela elite endinheirada que fomentou o ódio e fez do povão massa de manobra. Este, caminha a passos largos para o matadouro social.

Pobre Brasil. Neste momento, a questão fundamental é a sobrevivência do mínimo que conquistamos nas últimas décadas. Nunca estivemos por um fio. Ninguém dúvida que o PT, como governo, comportou-se tal e qual todos os demais partidos no poder. Passar o Brasil a limpo é uma necessidade histórica que começou em 1500, com a chegada de Pedro Álvares Cabral.

A mudança que queremos é justamente àquela que as mesmas elites não permitiram. Chegamos a uma encruzilhada onde será preciso definir o futuro: a renovação da esperança ou o caos anunciado.

Qualquer outro candidato, diferente de Bolsonaro, seria aceitável, afinal, a democracia pressupõe a vontade da maioria. Mas o que vemos é alguém totalmente despreparado para o cargo, sem qualquer projeto plausível, que fugiu de todo embate político simplesmente porque não tem nada, absolutamente nada a propor a Nação. Soube explorar a ignorância e falta de esperança da população.

Mas os estilhaços reverberam em todos. Ninguém permanecerá imune. O “chão vermelho”, que tanto insistem em apregoar, corre o risco de se tornar não uma mera apologia ao comunismo, mas o retrato de um Brasil ainda mais violento. Há quem aposte até em guerra civil.

Felizmente, na tragédia do Mineirão, ninguém ousou afirmar que os alemães eram os culpados pelo nosso fracasso no futebol.

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