Dr. Drauzio Varella e o crime hediondo

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Por Carlos Eduardo Alves, jornalista – 

“Conheci” o dr. Drauzio Varella quando, no século passado, li seu livro “Carandiru”, Trata-se de um relato interessante e bem escrito sobre a experiência dele como médico naquele depósito de presos e atrocidades que existiu em São Paulo. Desde então, li de vez em quando suas colunas e, admito, recorro a seu site sempre que tenho alguma curiosidade sobre temas médicos. Para quem não sabe, o dr. Drauzio é um dos mais conceituados oncologistas do Brasil. Por aí, dá para se medir o caráter dele.

Dedicou parte de sua carreira a atender presidiários quando poderia reservar esse tempo para ganhar mais dinheiro. Nem sei qual a posição política do médico, mas em seus textos e nas entrevistas que concede dá para notar que é um humanista desses que orgulham familiares e amigos. Vi a matéria do Fantástico. Para ser sincero, achei bacana mas com problemas, tanto que nem entrei no assunto que virou febre nos dias seguintes.




Os problemas? Dois principalmente. O primeiro foi a ideia de certa paz nos estabelecimentos que recebem trans. Nunca fiz matéria ou entrei em presídios, mas já li relatos sobre o inferno que é a vida de trans por ali, com violência sexual etc. Mas quem sou eu, ignorante no tema, para opinar sobre?

A segunda pulga na orelha foi a falta de informação sobre o que levou aquelas mulheres trans para a cadeia. Foi por aí que se deu, depois, a encrenca. Não cabia ao Dr. Drauzio esse levantamento da “capivara”. Era uma matéria jornalística e os responsáveis pela área na Globo acabaram por jogar o médico na fogueira. Houve um grave erro de apuração do Jornalismo da Globo e os fascistas aproveitaram a brecha para o ataque com todas as patas possíveis ao grande humanista que é dr. Drauzio Varella.

Mas, podem não gostar à vontade, achei louvável também a iniciativa da emissora de retratar o cotidiano de uma gente esquecida. Passemos agora à desfaçatez da matilha que morde um brasileiro raro. Os defensores da tortura, os que idolatram Brilhante Ustra, os associados a milicianos se sentem no direito de apontar o dedo a quem deu parte de sua vida a tentar minorar o sofrimento de quem padece de falta de saúde nos insalubres e selvagens presídios brasileiros? Ah, vão ser hipócritas lá na extrema-direita.

Por fim, não li mas dizem que tem gente que se diz de esquerda que consegue defender quem estuprou e matou uma criança. Me incluam fora dessa, por favor. Não tenho pena alguma da assassina. Que arda até o fim da vida na cadeia para pagar parte de seu crime hediondo.

Entendo perfeitamente a dor da mãe do menininho brutalizado e morto. Só um demente ideológico pode lhe negar a revolta. De todo esse episódio, excluindo-se a morte em vida da família da criança vandalizada, a grande vítima é o dr, Drauzio Varella. Aos 76 anos, um homem bom, correto e generoso é alvo de cafajestes, insanos e torturadores que se fingem de humanos mas são monstros morais.

Viva Dr. Drauzio Varella. Perdoe os fascistas e ignorantes, Dr. Drauzio. O senhor é um brasileiro raro, gigante.

 

Veja depoimento do médico Drauzio Varella sobre o acontecimento:

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