E a História se repete…

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Por Maria Fernanda Arruda, publicado por  – 

Nos primórdios da colonização brasileira, aconteceu uma tentativa de dar progresso ao país mediante entrega de partes que seriam administradas como feudos. E destinadas a pessoas escolhidas nas relações de D.João III, nos idos de 1534.

Existe um jargão ou aforismo de que a repetição da História se dá como farsa. Se não havia, agora, podemos constatar.

Nos primórdios da colonização brasileira, aconteceu uma tentativa de dar progresso ao país mediante entrega de partes que seriam administradas como feudos. E destinadas a pessoas escolhidas nas relações de D.João III, nos idos de 1534.




Foi o que se chamou de Capitanias Hereditárias.

Cinco séculos após, estamos vendo sua reedição – farsesca – mas com conteúdo bem parecido. Sob auspícios de reinado ‘de facto‘ gerido pelos EUA, movimentou-se a ‘nomenklatura‘ tapuia para abocanhar cada emprego, o seu pedaço.

Aval e cumplicidade

Maria Fernanda Arruda
Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras

Assim denominamos: Capitanias Vitalícias, visto que os novos donatários, em sua maioria, já gozava e com espasmos sonoros desse privilégio que antes de ser digno ficou imoral. Vimos um leilão, sequente ao golpe que destituiu uma presidente legítima, em que os representantes da pretensa elite – nada nobres e sim muito esnobes –  ganharem no grito e por meios escusos e imorais, cada um o seu quinhão.

Judiciário colocou seu representante para participar ativamente do golpe com um coadjutor pelego, defendendo o lote da Justiça. Para isso, deram tolerância inaudita a um penetra imoral no ‘métier‘ mas que contava entre os do elenco de sabotadores dos EUA. Deixaram-no por os pés pelas mãos, mas chegaram ao sucesso: fizeram-se príncipes de seu charco com salários invejáveis aqui e no exterior.

Não só tiveram sucesso corporativo como levaram o Ministério Público a seguir suas passadas por entenderem que assim teriam o aval e cumplicidade para tranquilo exercer dessa condição de marajás. Claro que tiveram adesão incondicional. Afinal, ninguém é de ferro sob tentação de bolsos cheios – essa conversa de honra é para filósofos ultrapassados!

Carreira judicial

Mas era muito território e o erário estava pujante a ponto de haver empréstimos ao FMI – pasmem-se.

Seria preciso um fantoche que operasse a presidência – claro, sem perturbar o pacto dos togados! Não foi difícil. Havia um vice, frustrado por sua mediocridade e se fazia ideal – era manso e oportunista. Tinha ficha criminal enorme, mas quem haveria de condená-lo se os juízes estavam de seu lado? Colocaram-no no trono já com compromisso prévio de mais aumentos a todos.

A ficha do fantoche repercutiu e até a mídia mercenária não resistindo a um ‘furo’ jogou os fiapos ao ventilador. Mas, não por acaso, tal fantoche sabia como operar na senda dos bandidos… Com o erário forte, nada foi mais fácil. Comprou quantos deputados se fizessem necessários. Lavando o dinheiro sob escudo de emendas, bilhões se despejaram aos bolsos de todos que assim passaram a ser também detentores de mais uma Capitania; esta senão vitalícia seria hereditária como a original, pois não faltariam filhos ou genros  promovidos – tal como se faz na carreira judicial.

Se dinheiro compra tudo e todos, por que não usa-lo com os coxinhas que já tinham a benção da FIESP; e gloriosas fardas que também comungam com os mesmos ideais? Assim, passa a ser registro na história do Brasil e Neo Apoderamento do país através dos virtuosos canalhas do século XXI. Em respeitável repetição histórica pelo progresso deste.

Maria Fernanda Arruda é escritora e colunista do Correio do Brasil.

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