As universidades federais mantêm contatos com os melhores centros de pesquisa. Pode-se identificar os cientistas afetados por Trump
Por Luis Nassif, compartilhado de seu Blog
Um dos grandes investimentos da Petrobras foi a contratação de Walter Link, o famoso Mr. Link, geólogo aposentado, que havia trabalhado em grandes companhias de petróleo. Coube a ele organizar o serviço de geologia da Petrobras e impedir que a empresa se afundasse na Amazônia.
No período Collor, houve a implosão da União Soviética. O então Ministro de Ciência e Tecnologia, José Goldemberg, sugeriu um programa para atrair cientistas russos. Não era um programa caro. Bastava um lugar aprazível, em alguma cidade universitária, uma boa casa e condições de pesquisa. O programa morreu com o fim do governo.
Agora, tem-se uma nova oportunidade, com a tentativa de Donald Trump de desmontar o sistema de ciência e pesquisa nos Estados Unidos. É uma belíssima oportunidade para o Brasil tentar algo similar, sugere o economista João Furtado.
O caminho é óbvio.
As universidades federais mantêm convênios e contatos com os melhores centros de pesquisa. Uma força de trabalho rápida poderia identificar os cientistas afetados pelo efeito Trump em áreas prioritárias.
Depois, oferecerá o apoio do sistema brasileiro, montando grupos de pesquisadores orientados por eles. Como observa João Furtado, mesmo que os EUA restabeleçam a sua normalidade, os vínculos estarão formados, a “gratidão” das horas difíceis foi produzida, os cientistas poderão voltar para casa e haverá ganhos prolongados.
Mr Link cumpriu um trabalho inesquecível na Petrobras e voltou aos EUA levando um brasileirinho, adotado.