Nunca se falou tanto em guerra!
Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu Blog
Primeiro, do conflito entre Rússia e Ucrânia que, dizem, tem dias e local para acabar, e agora o massacre de Israel contra a Palestina.
Eu me lembro muito bem da primeira guerra que vi em cores e ao vivo pela televisão: Irã e Iraque, nos anos 1980; a Guerra de Nuclear, em 1945, vi pelas fotografias nas revistas e o horror do nazismo e do holocausto vivenciamos cotidianamente em reportagens, livros, documentários, filmes e séries.
Infelizmente, muitas batalhas se misturam na minha memória recente, sobretudo as sequelas das ditaduras militares na América Latina.
Isso, apenas para falar na história recente.
E do que se tratam estas guerras?
Algumas do direito, da resistência; muitas sobre a economia, o lucro armamentista.
Estive no #MuseudoHolocausto, em Israel, mas também na #IgrejadaNatividade, na Cisjordânia.
No primeiro, impossível não chorar e imaginar: como um ser humano pode ato mesmo tempo, ser a causa e o efeito? Tanto sofrimento!
Onde Jesus nasceu, em terras palestinas, o testemunho da guia que nos recebeu: olhem por nós, rezem por nós, falem de nós para o mundo ouvir. Estamos em risco de extinção!
Na Palestina eu bebi água de graça, e, Israel não.
Como ato de guerra, Israel corta a água dos palestinos.
A guerra é aqui, lá, em todo o lugar
Ao mesmo tempo, vimos as “operações de guerra” que aconteceram no início da semana, na Vila Maré, Cruzeiro e Cidade de Deus, no Rio de Janeiro: armas para que te quero e crianças em meio a elas, com aulas interrompidas.
A guerra do Estado, das milícias, do tráfico de drogas.
Em São Paulo, a guerra cotidiana da prefeitura contra as pessoas em situação de rua.
Aonde houver um povo periférico, no Brasil, haverá repressão.
Os confrontos às margens e contra os marginalizados: os povos originários, os ribeirinhos, os assentados…
E tem ainda a guerra de retórica.
Muita desinformação.
Muita informação.
O que eu sei é que não podemos ficar do lado dos poderosos.
O lado mais fraco luta para sobreviver enquanto o mais forte luta para vencer, para lucrar, para matar.
Vejo as fotos do povo palestino nos grupos, enviados por amigos e familiares: quanta dor.
Crianças, mulheres e principalmente homens jovens sendo torturados pela dor, fome, sede, medo.
Para eles, a guerra não é um espetáculo, é a morte que se avizinha.
Por isso, precisamos falar sobre a guerra.