O perigo se avizinha
Por Adriana do Amaral, compartilhado da Revista Nova Família
Nos últimos dias o tema #nazismo ganhou a #mídia no Brasil. Primeiro, devido ao comentário do apresentador #Monark defendendo a criação do partido nazista no Brasil, na segunda-feira, durante o #podcast #FlowSportClub. No dia seguinte (8). na #JovemPanNew, #AdrillesJorge seguiu com o tema e terminou o programa com uma saudação nazista. Os demais apresentadores despediram-se, na tarde de visivelmente abalados.
Monark e Adrilles Jorge foram desligados dos programas. mas as duas polêmicas seguem adiante. Ambos se desculparam, o primeiro, pelo visto, muito bem assessorado ao tentar minimizar a crise, com a clássica resposta. assumindo a culpa. O segundo nem isso, disse que estava brincando.
É preciso falar, ler, debater o nazismo
Sobre a história, suas práticas e ideologia. Exaustivamente. De tempos em tempos a questão da retomada do #partidonazista é retomada.
Numa sociedade democrática é preciso discutir temas polêmicos à exaustão, esclarecendo-os. Inclusive confundindo com os demais pensamentos e correntes políticas, o que confunde o expectador mal informado.
O nazismo prega o aprimoramento da de uma raça. Na história recente, a segregação e a morte eram justificados pelo aprimoramento da raça, a #ariana, selecionando os espécimes considerados superiores. E não foram apenas a morte, mas o roubo justificado, a tortura, o abandono, a barbárie.
É impossível precisar o número de vítimas do #holocausto, se cinco ou seis milhões de mortos. Além deles, há os sobreviventes, os familiares e gerações que vive daquelas memórias. Um pesadelo que se perpetua pela dor, mas também pela resistência.
Monark, na verdade Bruno Aiub, alegou estar bêbado quando fez as declarações:
A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião […] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei
Monark
O escritor Adrilles Jorge alegou ter brincado ao fazer a saudação nazista.https://www.youtube.com/embed/Gb6Hq8vgIQ4?feature=oembed
A questão é que não se tratam de amadores. São formadores de opinião que gostam da polêmica e sabem o quando ela agrada – ou desagrada – ao público, aumentando a audiência pessoal pelos impulsionamentos de visualizações por afetos e ou desafetos. Eles tinham consciência do que estavam fazendo ao abordar a temática do nazismo. Afinal, é muito diferente você analisar um fato e tomar partido.
Racismo é crime no Brasil
Defender ou fazer apologia pode levar à prisão no Brasil. De acordo com a legislação brasileira, Lei No 7.716/89, “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas e objetos de divulgação do nazismo” pode levar a até três anos de reclusão.
Há inúmeros livros, documentos, filmes sobre a tema. Informe-se e garanta a sua análise crítica.
Adriana do Amaral é jornalista profissional, mestre e doutoranda em comunicação social.