Por Ton Cabano, publicado em Jornal GGN –
Muitas são as formas de lutar contra o estado de exceção em que vive a democracia brasileira e que ceifou um legitimo mandato popular numa manobra das forças políticas e econômicas derrotadas nas quatro últimas eleições presidenciais e que tentam evitar que um ex-presidente concorra ao pleito vindouro.
O golpe percorria o Brasil nos editoriais da grande mídia partícipe do conluio que tirou do poder a Presidenta Dilma Roussef e, neste período, a capital paranaense tomou para si o discurso da moral e da ética, onde parte da população em preconceituoso discurso e carregado no ódio fascista, munida de suas panelas, se autodenominaram de: República de Curitiba.
Contudo, nem tudo eram flores, pois o discurso da moral e da ética já nascera natimorto nos gabinetes dos políticos corruptos e interessados nos resultados do golpe e da Operação Lavajato. O tiro saiu pela culatra e a Curitiba transformou-se na “Republica da Resistência”, fruto das seguidas lutas populares contra a política de arrocho que vitimou o funcionalismo público paranaense na gestão Beto Richa-Cida Borghetti, assim como pelo prefeito Rafael Grecca e pelo implemento da política entreguista no âmbito federal.
Com o inicio do cárcere do ex-presidente Lula, Curitiba passou a ser a “Meca dos Resistentes” que chegam dos quatro cantos do mundo para prestar suas solidariedades à Lula, aos acampados, e à vigília Lula Livre. A resistência não dorme e, desta vez, mais uma frente começou a ser incorporada à luta: a Campanha dos Outdoors Lula Livre
Com a finalidade de fazer o contraponto às forças da direita que se utilizam do ódio explicito, legalistas, progressistas e militantes das mais diversas matizes e pensamentos que crêem que a justiça não foi feita no caso do tríplex, se autodenominaram de “Coletivo em defesa da Democracia, dos direitos e da soberania”, conseguiram arrecadar através das redes sociais (www.festadademocracia.org e Watsap) por volta de R$ 9.000,00 para a contratação do serviço de outdoor em prol da liberdade do ex-presidente Lula.
Nem tudo foram flores no caminho da campanha, pois nem mesmo o sucesso da arrecadação garantiria a contratação dos outdoors, haja vista as empresas curitibanas do ramo terem declinado do convite por medo de possíveis represálias do poder público e/ou da direita. Feito o contrato, acertado o os locais e o número de outdoors a serem instalados, no dia 19 de junho começou a montagem dos primeiros quatro outdoors e mais um outdoor estava sendo contratado, entretanto, no dia 21/06, a empresa contratada, depois de sofrer ameaças (segundo os contratantes), recusou-se a prosseguir com a instalação do quinto outdoor e negócio foi desfeito em parte. Nos próximos dias, outros outdoors serão instalados região metropolitana de Curitiba.
A Campanha dos Outdoors Lula Livre não deve ser interpretada com viés eleitoreiro e, sim, como exercício do direito à livre manifestação e como um grito de liberdade contra a ditadura do ódio vivido pela esquerda em Curitiba, bem como incentivar a propagação desta idéia Brasil a fora.
Foto: Clara Lua