A diplomata Elizabeth Bagley trabalhou nas duas gestões de Barack Obama e possui experiência com monitoramento de eleições e crimes ambientais
Por Marcelo Hailer, compartilhado da Revista Fórum
A indicada do presidente dos EUA Joe Biden para ser nova a embaixadora no Brasil, Elizabeth Bagley, declarou nesta quarta-feira (18), durante sabatina no Senado que, apesar de Bolsonaro, as eleições no Brasil vão ocorrer,
“O presidente Jair Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade de expressão. Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livre e justas”, disse Bagley ao ser questionada sobre o assunto na sabatina.
A escolha de Joe Biden parece ter sido feita a dedo para o atual momento político do Brasil, pois, Elizabeth Bagley trabalha com monitoramento de eleições e meio ambiente, duas pautas caras ao governo de Jair Bolsonaro.
“Ao longo de 30 anos, tenho monitorado muitas eleições. E eu sei que não será um momento, muito em razão dos comentários de Bolsonaro. Mas, apesar desses comentários, há uma base institucional. O que continuaremos a fazer é mostrar nossa confiança e nossa expectativa de que eles terão eleições livres e justas”, disse Bagley.
Além da questão eleitoral, durante o seu discurso de abertura, a diplomata afirmou que uma de suas prioridades será o combate ao desmatamento e aos crimes ambientais.
“Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento, proteger os defensores da floresta e processar os crimes ambientais e atos de violência correlatos”, disse.
Elizabeth Bagley tem 69 anos e já foi assessora de John Kerry em temas ambientais. Foi nomeada por Biden em janeiro deste ano, mas teve de aguardar quatro meses para ter a sua sabatina convocada pelo Senado. Bagley foi assessora sênior de três Secretários de Estado: John Kerry e Hilary Clinton, na gestão de Barack Obama, e Madeleine Albright, durante o governo de Bill Clinton.
Após a sabatina, a diplomata deve aguardar o Senado referendar e aprovar o seu nome para ocupar a embaixada dos EUA no Brasil. Por hora, o órgão da diplomacia estadunidense segue sob o comando interino de Douglas Koneff.