Publicado no Portal 180 Graus –
O filho de Bolsonaro disse que um soldado e um cabo fechavam o STF, mas… que fazem lá os generais?
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, nomeou para seu assessor o militar da reserva Fernando de Azevedo e Silva – uma indicação do general Villas Boas que é Comandante do Exército Brasileiro.
A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Federal Eleitoral (aquela que disse que as instituições estão funcionando normalmente) dá uma coletiva no TSE tutelada pelo general Etchegoyen. Sérgio Westphalen Etchegoyen é um general do Exército Brasileiro e atual Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil. É neto do general Alcides Etchegoyen, membro do Clube Militar que atuou no Estado Novo contra Getúlio Vargas.
Em 1964 foi também mais ou menos assim. O movimento contra João Goulart foi organizado por civis (pessoas físicas e jurídicas), os militares apenas davam apoio. Senhoras católicas fizeram pregações cristãs, o proeminente político Carlos Lacerda bradava calorosos discursos, os empresários se cotizavam e bancavam o movimento, todos se encontraram na famosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Veio 31 de março, Jango foi declarado ausente do Brasil apesar de estar em terras brasileiras, o STF se calou e quem assumiu a presidência da República foi um General – o cearense Castelo Branco. Daí em diante, todos sabem do ocorrido.
Agora, para a presidência da República temos dois militares aposentados, o capitão Jair Bolsonaro – candidato a presidente, e o general Hamilton Mourão – candidato a vice.
Daqui a uma semana a história pode voltar a se repetir com um aspecto diferente, agora homologada pelo voto popular.
Ameaças, agressões, mortes JÁ estão acontecendo antes mesmo de Bolsonaro ser ungido pelas urnas – imagina quando!
Seu filho já decretou: basta um soldado e um cabo para fechar o Supremo. Mas um Supremo tutelado por generais precisa ser fechado?
O capitão – concomitantemente ao filho aventar fechar o Supremo – ameaçou a oposição, ou saem do país ou serão todos presos.
Domingo o povo brasileiro pode optar por duas alternativas: continuar na construção da sua tenra democracia ou dar legitimidade popular a uma nova ditadura no Brasil.
Os militares já estão aí!