Por Sérgio Wulff Gobetti e Rodrigo Octávio Orair, publicado no Jornal Valor Econômico –
O topo da pirâmide social brasileira é formado por 71.440 pessoas com renda mensal superior a 160 salários mínimos, totalizando rendimentos de R$ 298 bilhões e patrimônio de R$ 1,2 trilhão em 2013. Essa minúscula elite – 0,3% dos declarantes do Imposto de Renda ou 0,05% da população economicamente ativa – concentra 14% da renda total e 22,7% da riqueza em bens e ativos financeiros.
Esses dados, divulgados pela primeira vez pela Receita Federal, permitem diagnosticar melhor as desigualdades ni país. São dados aos quais não teve acesso o economista francês Thomas Piketty na produção de seu best-seller “O Capital do Século XXI”. Eles mostram que o Brasil ainda engatinha na tarefa de tornar o Imposto de Renda um tributo progressivo e abrangente.