Apoena é um pequeno raio de esperança, que desponta após a triste história de sua mãe, Amanaci. O filhote de onça-pintada nasceu em março desde ano, conforme contamos nesta outra reportagem. Sua mãe foi uma das muitas vítimas dos incêndios que devastaram o Pantanal em 2020. Resgatada na região de Poconé, no Mato Grosso, ela tinha queimaduras de terceiro grau nas quatro patas. Infelizmente, mesmo após longos tratamentos, ela não poderá voltar à natureza: os tendões que ela precisa para expor e usar as garras foram lesionados, e com isso, o animal não conseguiria mais caçar para se alimentar sozinho na vida selvagem.
Por Suzana Camargo, compartilhado de Conexão Planeta
Desde então, Amanaci vive no Instituto NEX No Extinction, em Corumbá do Goiás, instituto que acolhe e cuida de felinos resgatados.
A fêmea vive num ambiente projetado especialmente para ela, mas em dezembro do ano passado, recebeu a visita por um tempo do macho Guarani. A esperança da equipe do NEX é que desse encontro surgisse uma nova vida. Por isso mesmo, a chegada de Apoena foi tão comemorada!
Imagem feita logo após o nascimento
O pequeno macho já tem quase dois meses. Está sendo acompanhado apenas através de câmeras. A intenção é que no futuro ele seja solto na natureza. Todavia, para isso, não terá contato nenhum com seres humanos.
E em breve, Amanaci e Apoena devem ser levados para um recinto bem maior, onde será feito todo o treinamento e o processo de adaptação do filhote. “Provavelmente eles serão transferidos daqui a uns dois meses. É uma área com 800 m2”, conta Daniela Gianni, coordenadora de projetos e atividades do NEX.
Na vida selvagem, filhotes de onça-pintada ficam com a mãe até terem aproximadamente dois anos de idade, depois dispersam e buscam seus próprios territórios. Isso significa que quando atingir essa idade, Amanaci e Apoena deverão ser separados.
“Numa segunda fase então, será necessário construir um novo recinto para o Apoena, bem grande, mas lá no Pantanal”, revela Daniela.
Nós vamos acompanhando aqui o desenrolar dessa história e torcendo muito para que Apoena, que no tupi-guarani significa “aquele que enxerga longe”, possa ocupar o lugar que foi de sua mãe no Pantanal!
O vídeo abaixo, feito pelas câmeras do NEX, mostra como o filhotinho está bem, sapeca e brincando muito com a mãe: