Publicado no Diário do Centro do Mundo –
Nelson de Sá, em sua “análise” intitulada “Globo toca no assunto apenas no sábado, talvez por medo”, mostra do que é capaz um jornalista movido por preconceitos. A Globo não tem medo de nada. Não faz política, faz jornalismo. A própria Folha reconheceu isso, por meio de outros articulistas, ao elogiar as entrevistas que a emissora fez com todos os candidatos: pelo equilíbrio e consistência delas e porque as perguntas eram as que tinham de ser feitas, sem que os entrevistadores deixassem que os candidatos tergiversassem.
A Globo segue seus princípios editoriais disponíveis para leitura em todos os seus sites. No capítulo da isenção, letra “Z”, diz claramente que só repercute denúncias de outros veículos se puder confirmá-las por meios próprios. Ou se outros fatos de grande impacto advierem delas. Foi o que aconteceu. Na sexta, não confirmou com suas fontes o sentido do que fora publicado por “Veja”. E, por isso, não publicou o assunto. Da mesma forma, não confirmou a manchete da Folha de sábado, porque nossas fontes a classificaram de distorcida. Mas o ataque ao prédio da Editora Abril, um ataque à liberdade de imprensa, não poderia ser ignorado.
E ao ser noticiado, era preciso explicar que ele fora motivado por uma reportagem, sem endossá-la. Isso foi feito em matéria equilibrada, como regem os nossos princípios. Ao confundir equilíbrio com medo, Nelson de Sá talvez se valha da própria experiência nos jornais em que trabalha ou trabalhou. Ou, quem sabe, ele confunda irresponsabilidade com desassombro. A Globo não se pauta pelo que acham dela. Mas pelos princípios do bom jornalismo.