Em coletiva, diretor do Butantan reafirma que morte de voluntário não tem relação com vacina

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Dimas Covas disse que foi criado um ambiente que não favorece a vacina feita em associação com a China, criam um descrédito gratuito. “A troco de quê?”, perguntou ele.

Jornal GGN – Em coletiva nesta terça, dia 10, o diretor do Butantan, Dimas Covas, informou que a suspensão dos testes da Coronavac anunciada pela Anvisa causou incerteza e medo nas pessoas. Na coletiva, sem a presença do governador João Doria, Dimas Covas disse que foi criado um ambiente que não favorece a vacina feita em associação com a China, criam um descrédito gratuito. “A troco de quê?”, perguntou ele.

O voluntário participante da fase 3 do ensaio da Coronavac, morreu no dia 29 de outubro, participava do grupo acompanhado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.




Dimas Covas enfatizou que a morte não tem relação com a vacina e que a conclusão do relatório que está com a Anvisa diz exatamente isso: que o evento adverso grave foi analisado e não tem relação com a vacina.

O Hospital das Clínicas da USP fez a apuração sobre o incidente e, em nota do infectologista Esper Kállas, confirma o fato de que o evento adverso não está relacionado à vacina em teste.

Segundo Kállas, o evento foi notificado à Comissão de Ética em Pesquisa (Conep) e à Anvisa dentro dos prazos regulatórios estipulados.

O diretor do Butantan disse que a instituição foi surpreendida com um email da agência às 20h40 da segunda, dia 4, que informava sobre uma reunião na manhã desta terça e a suspensão dos testes. De acordo com Dimas Covas, o evento adverso grave foi comunicado à Anvisa no último dia 6 e seria mais “justo, ético e compreensível” se eles entrassem em contato com os pesquisadores antes da interrupção.

Os efeitos adversos severos, por serem raros, não costumam aparecer nas fases 1 e 2 ou, se aparecem, causam a suspensão do estudo. Entretanto, uma vacina que avançou até a fase 3 pode agora apresentar efeitos adversos antes desconhecidos, justamente por ser testada em um número maior de indivíduos.

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O coordenador executivo do centro de contingência da Covid-19 no estado de São Paulo, João Gabbardo, disse que o tempo transcorrido entre a vacina e o efeito adverso tornam difícil que o evento adverso tenha por causa a vacina. E, ainda, não se sabe se o voluntário tomou vacina ou placebo.

A Coronavac se mostrou segura em seu teste da chamada fase 3 (a última antes da aprovação) em 50 mil voluntários na China.​​ Segundo estudo, houve apenas 5,36% de efeitos colaterais nos participantes do ensaio, todos sem gravidade.  Os restantes tiveram perda de apetite, dor de cabeça e febre.

A vacina é testada atualmente em quatro países: Brasil, China, Turquia e Indonésia. O laboratório Sinovac disse ter “confiança” em sua vacina, apesar da suspensão dos testes no Brasil.

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