Subvariante Éris e baixa taxa de imunização com a vacina bivalente ajudam a explicar aumento de casos entre julho e agosto.
Por Camila Bezerra, compartilhado de Jornal GGN
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e Instituto Todos pela Saúde (ITpS) apresentaram, na última quarta-feira (30), relatórios que mostraram a alta de 7 pontos percentuais na taxa de testes positivos para Covid-19 entre julho e agosto, o que significa que dobrou o número de infectados no período.
Uma das explicações para o aumento de casos é a alta Éris, subvariante da Ômicron, já monitorada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas que não está associada a casos mais graves da doença.
Os baixos índices de vacinação também ajudam a entender o maior número de infectados. Apenas 15% do reforço da vacina bivalente foi aplicado no público-alvo até o momento, composto por adultos maiores de 18 anos e que tomaram, pelo menos, duas doses da vacina convencional (Pfizer, Coronavac e AstraZenica) há mais de quatro meses.
Nova variante
Segundo a Abramed, que representa laboratórios e clínicas privadas, o aumento de testes positivos passou de 6,3% entre 29 de julho a 4 de agosto para 13,8% na semana de 12 a 18 de agosto.
Para o presidente do Conselho de Administração da associação, existe uma relação entre a Éris, que é muito transmissível, com o aumento de casos. Porém, a subvariante não resulta em quadros graves entre os infectados.
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que nalisa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin, teve resultados semelhantes. Entre 22 de julho e 19 de agosto, o número de testes positivos passou de 7% para 15,3%.
Adultos de 49 a 59 anos (21,4%) e idosos acima de 80 anos (20,9%) são as faixas etárias com maior incidência da Covid-19.