Quem aí lembra quando, em 2015, a então presidente do Brasil Dilma Rousseff falou, em discurso na ONU, a respeito da possibilidade de “estocar vento” para geração de eletricidade e virou meme no país? Pois anos depois, o Rio Grande do Norte vem provar que já existem sim tecnologias capazes de estocar a energia do vento – e, ironia ou não, isso vai virar realidade no Brasil!
Por BYDÉBORA SPITZCOVSKY, compartilhado de The Greenest Post
O Estado, que é um dos maiores produtores de energia eólica no país, fechou acordo de quase R$ 70 milhões com uma consultoria suíça, a Energy Vault, para implementar um projeto-piloto, pioneiro em toda a América Latina, de armazenamento de energia produzida pelo vento.
O projeto prevê a instalação de uma estrutura de 120 metros de altura, em um dos parques eólicos do Rio Grande do Norte, que fará movimentos similares aos de um ioiô. Ao ser elevada pelo vento, essa estrutura gera energia mecânica, que ficará armazenada dentro dela como “estoque” para ser usada em dias sem vento. Nessas datas, a estrutura será baixada por cabos de aço ligados a um gerador elétrico e, assim, transformará a energia armazenada em eletricidade.
Na prática, o projeto garantirá que o Rio Grande do Norte possa produzir energia eólica 24 horas por dia, 7 dias por semana, independente das condições do vento, que variam bastante – o que é considerado atualmente um dos grandes desafios da geração desse tipo de energia. Com a nova tecnologia de “estocar vento”, o problema deve acabar!
Segundo a Energy Vault, uma estrutura dessas tem vida útil de 35 anos e é capaz de armazenar cerca de 400 MW de energia, o que equivale a aproximadamente 10% da atual capacidade de produção de energia eólica do Rio Grande do Norte. O plano é que a primeira estrutura seja colocada em funcionamento até o final de 2022 e, se comprovada sua eficiência, se torne apenas a primeira de muitas que serão construídas nos parques eólicos do Estado.