Por Tereza Cruvinel, publicado em Brasil 247 –
Em momento de retração de confiança, a presidente Dilma recebe amanhã o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que começa uma viagem à América do Sul pelo Brasil, onde deve anunciar investimentos de US$ 53 bilhões em obras de infraestrutura; o acordo mais importante entre os dois países diz respeito aos estudos e possível financiamento pela China da ferrovia transamazônica, que ligará o litoral brasileiro ao do Peru; o premiê vem acompanhado de uma comitiva de 120 pessoas, entre elas, dirigentes de grandes conglomerados empresariais, que se reunirão com empresários brasileiros; o anúncio do investimento chinês “soará como mensagem de confiança na economia brasileira, apesar dos problemas macroeconômicos do momento, como inflação alta e contas públicas exigindo um ajuste fiscal”, analisa a jornalista Tereza Cruvinel, em seu blog no 247; leia a íntegra
Nada como uma visita chinesa em momento de retração da confiança num país. A presidente Dilma recebe amanhã o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que começa pelo Brasil uma viagem à América do Sul que inclui também a Colômbia, o Peru e o Chile. No Brasil ele deve anunciar investimentos de US$ 53 bilhões em obras de infraestrutura, o que soará como mensagem de confiança na economia brasileira, apesar dos problemas macroeconômicos do momento, como inflação alta e contas públicas exigindo um ajuste fiscal.
O acordo mais importante que começa a ser discutido com o Brasil diz respeito aos estudos e possível financiamento pela China da ferrovia transamazônica, que ligaria o litoral brasileiro, a partir do Pará, ao do Peru, criando um grande corredor para fluxo de mercadorias entre a América do Sul, a China e a Ásia. Hoje o Brasil tem uma ligação rodoviária bastante precária com o Pacífico, a partir do Acre, mas esta via não se conecta com outros grandes centros produtores do país.
Li Keqiang vem acompanhado por uma comitiva de 120 pessoas, que inclui dirigentes de grandes conglomerados empresariais chineses. Eles se reunirão com empresários brasileiros no Itamaraty para a prospecção de novos negócios.
Aqui, e nos demais países, onde também se encontra com os respectivos presidentes, o premiê chinês discutirá a ampliação do comércio bilateral e acenará com o aumento de compras de produtos de maior valor agregado. Embora seja o maior parceiro comercial do Brasil, o maior volume das importações do Brasil concentra-se em soja e minério de ferro.