Compartilhado de Jornal GGN –
Ministro da Educação de Bolsonaro publicou texto junto com um quadrinho brasileiro da Turma da Mônica ironizando a China e o modo de fala dos chineses
Não é novidade as provocações de membros do governo Bolsonaro soltas a torto e a direito nas redes sociais. Dessa vez, Abraham Weintraub usou sua conta no Twitter para ironizar a China. Em reação, o embaixador chinês, Yang Wanming, pediu uma declaração oficial do governo brasileiro sobre o ato racista do ministro da Educação.
Yang Wanming também se manifestou pela rede social e disse nesta segunda, 6 de abril, que “o lado chinês aguarda uma declaração oficial do lado brasileiro sobre as palavras feitas pelo min. da educação [Abraham Weintraub].
“Nós cientes de que nossos povos estão do mesmo lado ao resistir às palavras racistas e salvaguardar nossa amizade”, completou o embaixador ao marcar o Ministério das Relações Exteriores na publicação.
O lado chinês aguarda uma declaração oficial do lado brasileiro sobre as palavras feitas pelo min. da educação, membro do governo brasileiro. Nós somos cientes de que nossos povos estão do mesmo lado ao resistir às palavras racistas e salvaguardar nossa amizade. @ItamaratyGovBr https://t.co/etYsXA48yw
— Yang Wanming (@WanmingYang) April 6, 2020
No sábado, 4 de abril, Weintraub publicou texto junto com um quadrinho brasileiro da Turma da Mônica, de Maúricio de Souza, ironizando a China e o modo de fala de chineses que tentam pronunciar palavras em português. O texto usou características famosas do personagem Cebolinha, que ao falar troca a letra ‘r’ por ‘l’.
“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, dizia o tuite, que foi apagado pelo ministro.
Antes de exigir explicações do governo brasileiro, a Embaixada da China no Brasil se pronunciou criticando o ministro. “Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil. O lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude”, diz o comunicado da Embaixada.
Vale lembrar que esta é a segunda vez que membros do governo Bolsonaro atacam o país asiático, que têm relações com o Brasil. Em março, o filho de Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, disse que a China era a responsável pela pandemia do novo coronavírus e comparou a situação com o acidente nuclear de Chernobyl.