Lançamento do livro “Bastidores da Loucura” e do documentário “Sequelas”

Informe-se aqui sobre os eventos na Praça Benedito Calixto, 17 de maio. O ciclo de eventos contará com a presença do animador e “provocadore” Palhaço e Clerouak, que irá dar as boas-vindas ao público e apresentar um desfile de moda inclusiva desenvolvido pelo “Ateliê Loucos Pela X”. O Coral Cênico Cidadãos Cantantes irá fechar essa primeira parte do evento. Em seguida haverá um momento de fala cerimonial, dirigido de Edson Lima, coordenador do projeto, que irá apresentar as autoridades e convidados especiais.

• Lançamento do livro “Bastidores da Loucura: a tortura nos Hospícios, a Luta Antimanicomial e a vida de Carrano, o Bicho de 7 Cabeças”. O livro leva a assinatura do jornalista Gilvan Ribeiro, com a consultoria editorial do também jornalista Mouzar Benedito e a Coordenação Editorial de Edson Lima e Gilvan Ribeiro. O cantor e compositor Edvaldo Santana irá brindar o público com a sua música, encerrando o evento no Espaço Plínio Marcos (Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros – SP).
• evento se transfere para o Restaurante São Benedito, onde será feita a exibição de lançamento do documentário “Sequelas: Carrano e a luta por um mundo inclusivo”, com direção e autoria de Daniel A. Rúbio. A noite irá então se encerrar em confraternização e apresentação de clássicos do Samba e da MPB com Tião Preto, Cezinha Oliveira e Freitas do Pandeiro.

Programação e informações sobre o livro e o documentário abaixo.

PROGRAMAÇÃO

• 11h00 – Abertura do evento, com os Mestres de cerimônia: palhaço Clerouack;
• 13h00 – Desfile de Moda Inclusiva produzido pela Ala Loucos Pela X
• 14h00 – Apresentação do Coral Cênico Cidadãos cantantes.
• 15h00 – Início da cerimônia com as falas dos coordenadores do projeto e das autoridades presentes;
• 15h30 – Lançamento do Livro “Bastidores da Loucura”, de Gilvan Ribeiro e sessão de autógrafos
• 17h00 – Apresentação musical, com Edvaldo Santana e convidados
• 19h00 – Lançamento do vídeo documentário “Sequelas: Carrano por um mundo inclusivo” (no Restaurante São Benedito)
• 20h15 – confraternização e apresentação musical com Tião Preto, Cezinha Oliveira e Freitas do Pandeiro.

Serviço:

• Evento de encerramento do projeto da “Jornada da Inclusão Social e Produtiva, e 16º Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos”, com o lançamento do livro “Bastidores da Loucura”, de Gilvan Ribeiro e longa programação.

Local: Espaço Plínio Marcos (Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto).

• Lançamento do documentário “Sequelas”, de Daniel A. Rubio, e confraternização, com apresentação musical de Tião Preto, Cezinha Oliveira e Freitas do Pandeiro.

Local: Restaurante São Benedito – Praça Benedito Calixto, 80.

Realização: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Governo Federal, Coletivo Gato Seco – Nos telhados da Loucura, AVA – Associação Vida em Ação e O Autor na Praça.

Apoio: O Cantinho Português. Informações: Edson Lima (98344 5783). Assessoria de Imprensa: Paulo Pedrini (99772 0491) / Evandro Lima (96634-1691) / Gabriela Caçador (91282 0902)

Todas as atividades do projeto foram realizadas com recursos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

Sobre o livro:

“Bastidores da Loucura: a tortura nos Hospícios, a Luta Antimanicomial e a vida de Carrano, o Bicho de 7 cabeças”, foi concebido a partir da criação em 2008 do Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos, com a intenção de manter o nome de Austregésilo Carrano Bueno presente na Luta Antimanicomial. Carrano escreveu o livro “Canto dos Malditos”, que originou o filme “Bicho de 7 cabeças”, o mais premiado da cinematografia brasileira na época. O livro e o filme proporcionaram a aprovação da Lei 2016 da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Aconselhado pelo poeta Paulo Leminski, Carrano escreveu o livro, onde narra sua vivência de 2 anos e meio em Hospícios, ou “Chiqueiros Psiquiátricos”, como ele dizia. O livro será lançado pelo selo Editorial O Autor na Praça, escrito pelo jornalista e escritor Gilvan Ribeiro com a consultoria editorial do jornalista e geógrafo Mouzar Benedito.

Concebido inicialmente para contar a história do Prêmio Carrano, os autores e o coordenador editorial, Edson Lima, chegaram à conclusão de que, além de falar do Prêmio, o livro deveria apresentar um breve histórico da Saúde Mental no Brasil, especialmente no campo da Luta Antimanicomial, apresentando situações grotescas e absurdas sobre as formas de tratamentos e confinamentos desumanos nos hospícios e manicômios. O texto foi desenvolvido através de depoimentos, entrevistas e pesquisas com militantes e técnicos da área de saúde mental. Na primeira parte do livro: “A Tortura nos Hospícios”, apresentamos a vida dos internos, na verdade “confinados”, que eram torturados e vítimas de tratamentos desumanos nestes “chiqueiros psiquiátricos”, destacando a Colônia de Barbacena, Juquery e Hospício do Engenho de dentro”. Desde crianças e pessoas sem diagnósticos, até presos políticos eram encaminhados pela Ditadura Militar instalada no Brasil em 1964.

Na segunda parte do livro: “Carrano, uma vida interrompida”, o autor apresenta a trajetória e o sofrimento de Carrano, internado pelo pai em um hospício aos 17 anos, após encontrar um cigarro de maconha em sua jaqueta. Essa internação interrompeu e mudou o destino de um jovem que tinha planos e sonhos. Por outro lado, fez com que Carrano se tornasse um dos mais importantes militantes da Luta Antimanicomial no Brasil. Quando faleceu, em 2008, ele era representante dos usuários na Comissão de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde, eleito em um Congresso de Saúde Mental em Xerém- RJ.

A terceira parte do livro, “Celebração da Loucura”, apresenta a história do Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos. Criado em 2008, surgiu para manter o nome de Carrano vivo na Luta Antimanicomial, ao mesmo tempo em que reconhece entidades, instituições e personalidades que atuam e militam nos dois campos, Luta Antimanicomial e Direitos Humanos. O Prêmio Carrano destaca ações e organizações desenvolvidas no sentido de acabar com as atrocidades, o descaso e os tratamentos torturantes aplicados em pessoas com algum tipo de sofrimento mental.

A celebração acontece na entrega do Prêmio Carrano, apresentado por dois palhaços: Adão & Clerouak, sempre com a participação especial de convidados, entre os quais destaca-se o Coral Cênico Cidadãos cantantes. O Coral, criado em 1992, é formado por usuários e simpatizantes da Luta Antimanicomial, tendo como padrinhos Luiza Erundina e Sérgio Mamberti.

O livro terá distribuição gratuita para instituições e personalidades que atuam na área. O Prêmio é entregue anualmente entre os dias 15 de maio, data de Nascimento de Carrano e 18 de Maio, Dia Nacional da luta Antimanicomial.

Sobre o autor – Gilvan Ribeiro é autor do best-seller Casagrande e seus Demônios (Globo, 2013), relançado com atualizações em 2024 (Record). O título compõe uma trilogia com Sócrates e Casagrande, uma História de Amor (Globo, 2016) e Travessia (Globo, 2020), publicada em parceria com Walter Casagrande Júnior. Em 2023, lançou MALÊS – A Revolta dos Escravizados na Bahia e seu Legado (Planeta). Jornalista desde 1988, trabalhou na Folha de S. Paulo, Folha da Tarde, Diário Popular, Diário de S. Paulo e Agora São Paulo como repórter, editor e colunista. Também atuou como repórter de TV na ESPN Brasil. Fez consultoria de roteiro e elaboração de pautas para a minissérie Casão – Num Jogo Sem Regras, produzida pelo Globoplay em 2022. Nasceu na cidade de Bauru (SP), em 1964.

Sobre o Documentário:

“SEQUELAS… CARRANO E A LUTA POR UM MUNDO INCLUSIVO” (77min.).  Produzido e dirigido por Daniel A. Rubio, numa realização em parceria com o Coletivo Gato Seco & O Autor na Praça. A partir de depoimentos de amigos e militantes, o documentário percorre a vida de Austregésilo Carrano, autor do livro “Canto dos Malditos”, que inspirou o filme “Bicho de Sete Cabeças”, de Laís Bodansky. No documentário Carrano e seu amigo Maicon Pop compartilham uma história em comum: a luta antimanicomial. Austragésilo Carrano Bueno, um jovem Curitibano que sofreu internação psiquiátrica e se tornou um dos mais importantes ativistas contra a violência e a desumanização dentro de instituições psiquiátricas.

Em sua obra e sua vida Carrano denuncia os abusos que sofreu nessas instituições, como eletrochoques e medicação forçada, se tornando um símbolo da luta por uma saúde mental mais humana e justa. Carrano relata que foi internado à força por seu pai após a descoberta de maconha em sua jaqueta. Essa decisão foi tomada sem qualquer diálogo ou consulta prévia. O pai o levou a um hospital sob o pretexto de visitar um amigo, onde os enfermeiros o agarraram e o internaram imediatamente.

O documentário apresenta vários depoimentos e cenas da Luta Antimanicomial, mas toma por eixo a amizade entre Carrano e Maicon Pop, o que permite abordar de forma leve um tema carregado de sofrimentos. Maicon nunca passou pelo sofrimento de uma internação, ainda que acometido por problemas psiquiátricos. Ao se tornar militante da luta antimanicomial e grande amigo de Carrano, se torna também o contraponto ao sofrimento imposto a Carrano e o exemplo avassalador da inutilidade desse tipo de tratamento.

O documentário aponta para a importância da memória, da arte e da comunidade como ferramentas para a integração social e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária

Sobre o Diretor do doc. – Daniel A. Rubio é um documentarista, diretor e produtor. Ele realiza documentários para TVs internacionais e produções no Brasil. Seus projetos são sempre orientados por questões sociais e ecológicas. Atualmente, distribui sua produção “O Verde Está do Outro Lado” sobre a crise hídrica e “O Pulsar da História”, sobre democracia e arte no cotidiano. Trabalhou em televisões a cabo nos EUA e na televisão universitária no Brasil, TVPUC. Tem atuado como câmera, fotógrafo, diretor e produtor de projetos internacionais e locais. Participou da produção e direção local de programas semanais exibidos na BBC – World Life. Dirigiu documentários como “Crianças sem Terra”, “Tobias 700 – A História de uma Ocupação” (premiado) e “Mandira2”. Produziu “All The President’s Torturers”, para a TV Aljazeera, e dirigiu “Occupying Brazil”, para o Viewfinder da tvAljazeera. Também foi produtor associado e cineasta do documentário “Entre a Luz e a Sombra” ,exibido em festivais nacionais , internacionais e no Canal Brasil, entre outros.