Exército é enviado às ruas após moradores ficarem sem comida e lojas serem saqueadas
Por Yurick Luz, compartilhado de DCM
na foto: Carros empilhados em rua de Valencia após inundação em 30 de outubro de 2024. — Foto: AP Foto/Alberto Saiz
Três dias após a maior enchente do século na Espanha, que deixou 205 mortos, moradores de Valência, a terceira maior cidade do país, ainda pedem ajuda das autoridades. Nesta sexta-feira (1º), muitos estavam sem acesso a alimentos, energia e água. A enchente devastou várias partes da cidade, empilhou carros nas ruas e deixou um cenário descrito como “terra arrasada”.
As autoridades locais e nacionais enfrentam críticas pela ausência de alertas prévios sobre o desastre. O número de mortos subiu para 205, com dezenas de desaparecidos. Segundo o ministro dos Transportes da Espanha, muitas vítimas ficaram presas dentro de veículos durante o desastre.
Em diversas áreas, a força da água deixou centenas de carros empilhados e ocasionou saques em supermercados e shoppings. A Polícia Nacional deteve cinco suspeitos acusados de saquear uma loja de joias em um shopping de Aldaia, nos arredores de Valência.
Nesta sexta-feira, o governo espanhol enviou o Exército para a região, com o objetivo de auxiliar na limpeza das ruas e na distribuição de alimentos à população do sul de Valência, a área mais atingida. Mais de mil soldados das unidades de resgate de emergência se uniram às equipes locais e regionais para buscar corpos e sobreviventes.
Desde quinta-feira, voluntários começaram a organizar mutirões pelas redes sociais, levando rodos e alimentos para ajudar a população local. Porém, a Defesa Civil solicitou que os voluntários interrompam suas viagens à região, para não atrapalhar o trabalho de resgate ainda em andamento.
Descrita pelo governo espanhol como o pior desastre do século no país, a enchente resultou de uma chuva intensa que, em apenas oito horas, atingiu o volume esperado para o ano inteiro na região. Cientistas apontam que as mudanças climáticas, responsáveis pelo aumento da temperatura do mar Mediterrâneo, contribuíram para a ocorrência deste fenômeno extremo.