Entrevistador não é manifestante de rua

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Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, no Facebook

No século passado, dizia-se que todo brasileiro entendia de futebol. Em 2018, a atualização necessária talvez seja substituir futebol por jornalismo. É impressionante como se julga atuação profissional sem ter a mínima noção de como a banda toca. Então, vou dar uns pitacos sobre como deveria ser, acho eu, a condução de entrevistas:




1 – Tenha sempre em mente que quem vai ler, ouvir, ver a entrevista não obrigatoriamente torce para seu time. Exemplificando: um bom entrevistador não faz as perguntas pensando na galera do time apenas. A obrigação do bom entrevistador é buscar as contradições do entrevistado, ser crítico e reflexivo sempre.

2 – Jornalista que não é militante no exercício profissional, sabe e deve respeitar a fronteira entre manifestação de rua e entrevista.

3 – Nenhum bom jornalista vai para uma entrevista séria pensando em humilhar, trucidar um entrevistado. Melhor é fazê-lo com perguntas embaraçosas que mostrem as contradições ou fragilidades do personagem.

São pequenas e humildes ponderações sobre o que o boteco entende de Jornalismo. Mas a principal lé mesmo “entrevistador não é manifestante de rua”. O gerente tem experiência dos dois lados do balcão, mas talvez precise ser reeducado.

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