Publicado na Revista Fórum –
Assessores de Holiday (DEM) invadiram o gabinete da liderança petista, que estava em reunião com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), com câmeras de celular ligadas e fazendo provocações, a fim de criar um factóide contra o senador. A vereadora Juliana Cardoso (PT) denunciou a armação no plenário e passou a ser acusada de agressão por Holiday, que começou uma campanha difamatória contra a parlamentar nas redes sociais
O vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM), líder do grupo de direita MBL, criou uma armação nesta sexta-feira (10) cujo alvo era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), mas acabou se tornando a vereadora Juliana Cardoso (PT).
Ao menos dois assessores de Holiday, com câmeras de celular ligadas, invadiram uma reunião do gabinete da liderança petista com o senador carioca fazendo provocações, a fim de criar um factóide para desmoralizar Lindbergh. Um grupo de petistas teve que escoltar o senador até o seu carro. Horas depois, a equipe de Holiday ligou para a Guarda Civil Metropolitana (GCM) da Câmara informando sobre uma “ocorrência no 6º andar”. Mais uma tentativa de criar um factóide pois, mais uma vez, os assessores do vereador recém-eleito invadiram uma reunião fechada do gabinete de Juliana Cardoso, com câmeras ligadas, e fazendo provocações.
A vereadora, então, decidiu denunciar o caso no plenário, mas foi interrompida pelo presidente da Casa, Milton Leite (DEM), padrinho político de Holiday. Indignada, Juliana foi até o vereador o acusando de agressão, ao que parlamentares aliados a Holiday começaram a segurá-la, como se quisesse agredi-lo. Mais um factóide.
“Estamos extremamente indignados com esta situação que foi obviamente premeditada. Lembramos que este episódio não atinge só o meu mandato, trata-se de uma atitude premeditada de coação, constrangimento e agressão física. Trata-se de desrespeito claro a democracia e ao regimento da casa. Se não há resposta das instituições para uma ação clara de profunda agressão, não teremos qualquer liberdade para fazer oposição, o que é inerente ao regime democrático. Ou não estamos mais em um regime democrático?”, escreveu, em nota, a vereadora.
O MBL de Holiday não perdeu tempo e já começou uma campanha difamatória contra Juliana Cardoso. Nas redes sociais, o vereador postou um vídeo em que supostamente estaria sendo agredido por Juliana. Mas o vídeo não mostra qualquer agressão e o vereador não menciona que seus assessores invadiram as reuniões petistas. Um meme produzido pelo MBL, inclusive, já circula pelas redes sociais. É uma foto de Juliana Cardoso com a legenda “descontrolada”.
Confira, abaixo, a nota da vereadora esclarecendo o caso.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Hoje, dia 10 de fevereiro, enquanto fazíamos uma reunião com o Senador Lindbergh Farias, assessores do Vereador Fernando Holiday invadiram a sala, munidos de celulares e câmeras para gravar uma reunião particular do meu mandato com a presença do Senador, fazendo provocações chulas e agredindo verbalmente nossos assessores.
A intenção final era escrachar o Senador Lindbergh, por isso o levamos em grupo até o seu carro para que ele pudesse sair em segurança.
Não satisfeitos, os mesmos assessores de Holiday, horas depois, ligaram para a GCM da Câmara Municipal chamando-os para o 6º andar avisando que lá haveria uma “ocorrência”. Então, eles foram até o 6º andar e invadiram por três vezes uma reunião particular do mandato que estava ocorrendo na sala da Liderança do PT a portas fechadas, eles abriram a porta e começaram a gravar a reunião e agredir verbalmente nossos assessores com provocações.
Estes dois assessores, Arthur Moledo do Val e Weslley Viera já invadiram no ano passado o gabinete do ex-vereador Jamil Murad em ação muito similar, segundo a GCM da Câmara Municipal.
Estamos extremamente indignados com esta situação que foi obviamente premeditada. Lembramos que este episódio não atinge só o meu mandato, trata-se de uma atitude premeditada de coação, constrangimento e agressão física. Trata-se de desrespeito claro a democracia e ao regimento da casa. Se não há resposta das instituições para uma ação clara de profunda agressão, não teremos qualquer liberdade para fazer oposição, o que é inerente ao regime democrático. Ou não estamos mais em um regime democrático?
Pedimos a todos que puderem que nos apoiem neste momento de ataque ao nosso direito de ocupar e resistir neste espaço que nos foi dado por 34.949 mil eleitores.