ESALQ/USP receberá manifesto em defesa da Reforma Agrária, da Agroecologia e da Liberdade de Expressão

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O patrulhamento ideológico caracterizado pela abertura de uma Comissão de Sindicância pela direção da ESALQ/USP, a fim de apurar atividade de extensão universitária em que o Professor Marcos Sorrentino promoveu com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), gerou uma enxurrada de manifestações de críticas à posição da direção da universidade e em defesa da liberdade de expressão e da Jornada Universitária de Apoio à Reforma Agrária – JURA

 Ampliam-se manifestações em defesa da liberd ade de expressão no caso que envolve a ESALQ/USP e a JURA
 
O patrulhamento ideológico caracterizado pela abertura de uma Comissão de Sindicância pela direção da ESALQ/USP, a fim de apurar atividade de extensão universitária em que o Professor Marcos Sorrentino promoveu com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), gerou uma enxurrada de manifestações de críticas à posição da direção da universidade e em defesa da liberdade de express&atilde ;o e da Jornada Universitária de Apoio à Reforma Agrária – JURA (https://www.adusp.org.br/index.php/demousp/2959-esalq-sorrentino).
 
Em solidariedade ao caso, foram assinados por quase 300 entidades (coletivos, redes, movimentos etc), do Brasil e do exterior, uma “Nota em defesa da democracia, da agroecologia e da reforma agrária e de repúdio ao cerceamento da livre expressão” (ver abaixo), além de outros 4 manifestos de professores, entidades e indivíduos.
 
Personalidades como o professor da Universidade de Coimbra (Portugal), Boaventura de Sousa Santos (ver em: https://youtu.be/NUjSxCkdOwA) e o líder do MST, João Pedro Stédile, dentre outras, também gravaram palavras em solidariedade ao professor Sorrentino e em defesa da liberdade de expressão e democratizaç ão da universidade.
 
A nota e os manifestos referidos serão formalmente entregues em ato no próximo dia 22 de novembro (às 10:30), ao Diretor da ESALQ/USP, a fim de promover o diálogo e a compreensão.
 
As manifestações sobre o caso terão sequência, por exemplo, por meio da Mesa Redonda na ESALQ/USP: “Universidade como Patrimônio Público a serviço da sociedade: reforma agrária, agricultura familiar, agroecologia e liberdade de expressão”, no dia 28/11, às 17h.
 
O caso, divulgado pelo Informativo Adusp 443, cuja versão digital foi ao ar em 1º/11, vem obtendo grande repercussão fora da USP e, mesmo, fora do Brasil.
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NOTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DA AGROECOLOGIA E DA REFORMA AGRÁRIA  E DE REPÚDIO AO CERCEAMENTO DA LIVRE EXPRESSÃO

 
As instituições de pesquisa, movimentos sociais, coletivos, entidades governamentais e ONGs, abaixo assinados manifestam-se a favor da livre expressão na Universidade e repudiam com veemência a instalação de uma Comissão Sindicante e a convocatória do Professor Marcos Sorrentino e de outros servidores para uma oitiva pela direção da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), da Universidade de S&atilde ;o Paulo (USP) com a finalidade de investigar uma atividade acadêmica organizada em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras 20 entidades e grupos de extensão que atuam em Piracicaba.
 
De caráter nitidamente intimidatório e autoritário, a ação também denota triagem ideológica dada a seletividade e diferença de tratamento demonstrado em relação a outros eventos (de perfis mercadológicos), em detrimento a este, essencialmente social e voltado para uma justa causa (da agricultura familiar, da agricultura campesina e da agroecologia) que remonta a desafios históricos e estruturais que o nosso pa&iac ute;s ainda não superou, relacionados à questão da concentração fundiária, da desigualdade social e da degradação ambiental.
Ao invés de adotar a prática democrática do diálogo para a busca de eventuais esclarecimentos ou entendimentos, optou-se por utilizar a frieza de um procedimento formalmente burocrático, imprimindo ao ambiente desta instituição pública os signos de um tempo de exceção e obscurantismo que torna a assombrar o país. Este assombro também se expressa por meio das múltiplas faces e ações derivadas d o golpe em curso desde agosto de 2016, lesionando não apenas a Constituição de 1988 e o estado democrático de direito, mas também ameaçando direitos sociais essenciais e a soberania nacional.
 
A característica do ato burocrático empreendido pela Comissão Sindicante instalada pela ESALQ/USP se soma a uma indigesta agenda regressiva e epistemologicamente colonizadora, que se vale de antivalores como a apologia do ódio ao diferente, de escolas sem pensamento crítico, de criminalização de movimentos sociais, de censura e outras expressões de barbárie.
Entendemos também que este ato vai contra os princípios de uma universidade democrática, comprometida com a sociedade e que busca o diálogo para a construção de um mundo mais justo e solidário.
 
Por tudo isso, e também por vermos afrontada a trajetória digna, solidária, altiva e luminosa de um grande mestre (inconfundivelmente comprometido com um Brasil, uma América Latina e um mundo mais justo, pacífico, democrático e sustentável), é que manifestamos a nossa indignação contra a tentativa de naturalização da opressão.
 
Esperamos que a nossa expressão reverbere em apoio a todos os servidores da USP e todas as pessoas que lutam pela reforma agrária, às organizações de base e aos movimentos sociais, assim como em uma universidade mais comprometida com o povo e que contribua para o restabelecimento da democracia no nosso país.
 
Nenhum direito a menos!
Por uma universidade democrática!
Pela anulação do golpe!
Pela volta da democracia!
 
Assinam o manifesto:
(*) entidades internacionais
 
1. MOVIMENTO REBELIÃO
2. Area de Educación Ambiental-Ministerio de Educación y Cultura- Uruguay (*)
3. Argonautas Ambientalistas da Amazônia
4. Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro – AARJ
5. Articulação Nacional de Agroecologia, ANA
6. Articulação Regional de Agroecologia de Piracicaba – ARA Pira
7. Associação Amigos do Memorial da Classe Operária – UGT
8. Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica – ABD
9. Associação Brasileira de Agroecologia – ABA
10. Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF)
11. Associação Brasileira de Homeopatia Popular, ABHP
12. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT
13. Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais da Educomunicação – ABPEducom
14. Associação Brasileira de Reforma Agrária
15. Associação Brasileira de Saúde Popular – Abrasp/ BIO SAÚDE
16. Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil
17. Associação dos Pós-Graduandos da ESALQ (APG-ESALQ)
18. Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA, ASIBAMA/SC
19. Associação dos Servidores Públicos Federais da Carreira de Especialista em Meio Ambiente do Estado do Amazonas – ASCEMA/AM
20. Associação Ecocidade
21. Associação em Defesa da Cidadania, Direitos Humanos, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Seropédica, ACIDHADES /RJ
22. Associação em Defesa da Cidadania, Direitos Humanos, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – ACIDHADES
23. Associação Franciscana de Defesa de Direitos e Formação Popular
24. Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ambiente e Sociedade – ANPPAS
25. Associação Nacional de Travestis e Transexuais, ANTRA
26. Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, ASCEMA – AM
27. Associação para Proteção Ambiental de São Carlos (APASC)
28. Associação Portuguesa de Educação Ambiental (*)
29. Associação Veracidade Ação Popular Socialista (APS) São Carlos
30. Blog Negro Belchior – Carta Capital
31. Casarão Barrufada, Mineiros – GO
32. Central Única das Favelas, CUFA
33. Central Única dos Trabalhadores, CUT-SP
34. Centro Acadêmico AgroFlor&Ser, do curso de Agroecologia da UFPR – Setor Litoral
35. Centro Acadêmico de Ciências Biológicas – UESB
36. Centro Acadêmico de Engenharia Florestal (CAEF) ESALQ/USP
37. Centro Burnier Fé e Justiça, CBFJ
38. Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennès, CDHDMB
39. Centro de Direitos Humanos Dom Pedro Casaldáliga
40. Centro de Educação Ambiental Genesis
41. Centro de Estudos Ambientais (CEA)
42. Centro de Estudos de Geografia do Trabalho, CEGeT – FCT-Unesp – Presidente Prudente
43. Centro de Pastoral para Migrantes
44. Centro de pesquisas e estudos agrários e ambientais – CPEA, Unesp campus de Marília
45. Cine Clube Nelson Pereira dos Santos, Jataí- GO
46. Cineclube Socioambiental “EM PROL DA VIDA”
47. Coletivo Agroecologia na Periferia de BH
48. Coletivo Cuesta Educador – Botucatu/ SP
49. Coletivo Educador de Bertioga, SP
50. Coletivo Educador Ipê Roxo

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