Por Nelson Barbosa, escritor, sobre sua ida à manifestação em São Paulo.
“Fui à manifestação e considero importante dizer isto:
– Não vi ninguém sem máscara;
– Todos usaram diversos recursos protetivos e álcool gel continuamente;
– Não havia empurra-empurra, há um distanciamento automático de grupos de indivíduos/familiares;
– Não senti nenhuma insegurança em meio ao ato;
– É possível ficar mais afastado em meio à multidão (há sim uma preocupação geral/coletiva de não se aglomerar além do necessário);
– A PM se manteve distante e não parecia ostensiva como de outras vezes;
– A alegria de estarem participando de um momento histórico é genuína;
– Os cantos e as palavras de ordem são contagiantes;
– Chamou a atenção a maioria de jovens exigindo direitos e respeito (o que é comovente para nós de gerações mais velhas);
– Comove a necessidade de pessoas simples se manifestarem nem que seja com um pedaço de papel escrito nas mãos;
– Havia a presença de pessoas “conhecidas” das lutas de diversos setores do conhecimento (professores, psicanalistas, articulistas etc.);
– O senso geral é de que estamos numa guerra violenta e todo silenciamento é uma omissão irresponsável;
– Registrei a presença de pessoas em vulnerabilidade social e de saúde, cadeirantes, deficientes…
– O motivo para participar é mais do que justo e necessário…
É ESPERADO QUE O GENOCIDA NÃO SE MANIFESTE, ESCARNEÇA E SEJA INDIFERENTE, mas se a população se mostra insatisfeita a mídia, à caça de assunto, precisa mostrar toda indignação (foi o que se viu na edição de ontem do JN-Globo), os políticos se incomodam com a opinião pública e passam a querer mostrar serviço, os formadores de opinião precisam se manifestar para não serem considerados omissos, a sociedade toda começa a pressionar…”
