Por Willian Novaes, Facebook –
Um amigo pediu pra conversar. Jornalista experiente, um dos últimos. Obviamente, o cara está atrás daquelas histórias boas. Polêmica na certa. O personagem principal, uma das figuras mais interessantes do país. Bora ouvir, mas decidimos almoçar fora. Sentamos num restaurante qualquer e o papo começou. Ele falou até onde tinha chegado e o que eu achava. Logo curti. Aí do nada sentou um sujeito ao nosso lado.
O meu amigo logo mudou de assunto. Eu achei que era bobagem. Ele insistiu. Fez umas caretas. Uns sinais. Eu, no primeiro momento achei que ele está tendo um AVC. Esse amigo não é mais um jovem. O danado do estranho ouviu mais dois minutos de uma conversa nada interessante e levantou.
Voltamos a falar do futuro livro bomba. Mais uma vez sentou bem na minha frente um sujeito mais estranho ainda, com um terno ridículo e uma camisa abotoada até o colarinho. Com um celular gigante no bolso e a câmera apontada bem pro meu rosto. O meu amigo logo começou a falar de futebol.
O esquisito espião trapalhão (cada vez lembro das ridículas histórias dos agentes da ABIN, contada por um outro amigo) pediu um comercial e uma Coca, comeu com tudo, estava com fome o picareta, e, ainda conseguia fazer acrobacias com o celular para me pegar num plano minimante adequado. Como o papo foi sobre o nosso velho Santos, o detetive tabajara, levantou bravo e saiu em disparada.
A conversa continuou no escritório e com as portas fechadas. Meu amigo cismava em ficar olhando para a janela, não sossegou até eu fechar e ligar o ar condicionado. Ah, o livro promete muito, boa sorte meu eterno jovem amigo.