Por José de Souza, publicado em Jornal GGN –
“Bolsonaro tem que ser detido de alguma maneira, e existem possibilidades que podemos imaginar. Estão tentando alguma forma de renúncia”
Jornal GGN – Autor de “A Elite do Atraso”, o sociólogo Jessé de Souza publicou um vídeo no Youtube (assista logo abaixo), nesta sexta (17), comentando as manifestações do dia 15 de Maio, contra a reforma da Previdência e os cortes na educação. Na visão dele, foi o dia mais importante desde o levante de junho de 2013. As vozes contra Bolsonaro – inclusive de uma parte da elite que já manifesta descontentamento por meio de jornais – mostram que é a chance de “estancar” a “loucura” do presidente.
“A gente está chegando numa fase em que não só os eleitores de Bolsonaro, como brasileiros como um todo, e o planeta inteiro, sabem que estão lidando com um maluco que tem que ir para o hospício, se não for para a cadeia”, graças às investigações contra sua família.
Isso “abre uma oportunidade para a gente estancar esse louco. (…) Bolsonaro tem que ser detido de alguma maneira, e existem possibilidades que podemos imaginar. Estão tentando alguma forma de renúncia”, avaliou Jessé, acrescentando que a dificuldade está em “encurralar um cara como Bolsonaro e lavá-lo à razão”. O “natural” é que ele reaja “fazendo bobagens” e provocando ainda mais destruição ao País.
No vídeo, Jessé aproveita a ideia de que estão “arquitetando” a renúncia de Bolsonaro, para alertar as forças progressistas de que não houve, nos últimos 6 anos, melhor momento para reagir e desmontar as mentiras que contaram ao País para implodir a política e acabar com a soberania nacional.
“Não existe Bolsonaro sem Lava Jato”, disse Jessé. “A hora de desconstruir a mentira que nos contaram nos últimos anos é nesse instante.”
Para o sociólogo, os ataques de Bolsonaro à Educação fazem parte do que ele chama de “guerra cultural” contra o “marxismo” das universidades públicas. “Não vale a pena aprofundar nisso, que é uma loucura. Mas acho que o que está por trás em Bolsonaro e Olavo de Carvalho é essa ideia absurda de guerra cultural, porque o Brasil estaria tomado pela esquerda.”
AS ELITES
Ainda na visão de Jessé, “a elite está descontente com Bolsonaro, e ela fala pelos grandes jornais, em editoriais” que já atacaram o presidente.
Para ele, parte do descontentamento é que “Bolsonaro tem característica muito diferente dos outros líderes de direita pelo mundo: nenhum deles é entreguista. Os regimes de direita na Europa são nacionalistas. Bolsonaro é entreguista de uma forma infantil. É um governo sem nenhuma articulação e ideia, contraposto por praticamente todos os setores da sociedade.”
“O ponto que se coloca é o que se descortina no futuro a partir de agora.”