Por Antônio de Souza, publicado em Viomundo –
Nessa terça-feira, 20, a cidade de São Paulo foi palco do ato em defesa das escolas públicas estaduais organizado pelos movimentos que lutam contra o fechamento de mais de 150 unidades pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
Segundo a grande mídia que dá sustentação incondicional ao governo tucano paulista, cerca de 10 mil pessoas foram as ruas.
Foi realmente um importante ato cívico. E um novo ato foi marcado para dia 29 de outubro, às 15hs no Masp.
Um dos momentos simbólicos do ato de terça foi o enterro das 155 escolas que serão fechadas pelo governo Alckmin. Na foto abaixo se vê o caixão com papéis colo dos com os nomes das escolas.
A grande novidade da manifestação foi o aparecimento dos bonecos do governador Geraldo Alckmin e do secretário da Educação, Herman Voorwald.
O boneco do governador foi batizado de Chuchuleco, em referência aos constantes escândalos na administração do governo Alckmin.
Aqui em São Paulo, a Lava Jato localizou ação do esquema do doleiro Youssef na Secretaria da Fazenda, que tinha multas de R$ 1 bilhão e foi beneficiado por fiscais acusados de receberem propina, conforme denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo.
Isso sem falar no caso dos frigoríficos e das operações da soja fictícia, que desviaram pelo menos R$ 2 bilhões,que poderiam ser aplicados na Educação e Saúde.
Se somarmos somente os desvios da Lava Jato em São Paulo, dos frigoríficos e operações de soja fictícia são R$ 3 bilhões.
Eles retiraram dos cofres públicos 30%, ou R$ 900 milhões, que poderiam ser aplicados no pagamento de melhor salário aos professores, em melhorias nas escolas públicas e nas universidades estaduais. E mais R$ 360 milhões que iriam para saúde.
Na verdade, é incalculável o prejuízo da sonegação fiscal ainda não revelada. Se o governo Alckmin a tivesse combatido não seria necessária a “reorganização” fajuta da rede pública estadual.
Isso sem falar também dos bilhões que foram desviados pelo cartel do Metrô e da CPTM, como apontam várias ações do ministério público, especialmente nas reformas de trens.
Devemos lembrar ainda que o governador Alckmin insiste em falar em “escolas ociosas”. Mas qual é o critério da ociosidade? Serão ociosas as classes com menos de quarenta alunos? Ou seja, as classes devem ser superlotadas ?
A “reorganização” tucana não trará qualidade à educação pública paulista, visto que a superlotação ou salas com 35 alunos será a regra. Dessa forma, em vez de reduzir o número de alunos para melhorar a qualidade da educação, se faz o contrário.
Ou seja, Alckmin tem visão da educação como despesa e de curto prazo. Mais uma demonstração de que não é um estadista, que ainda opta por enterrar o futuro da juventude paulista.