Por Antônio Melo, Compartilhado de Thathi,com –
Estudo matemático foi desenvolvido por pesquisadores do departamento de computação da Universidade de Ouro Preto (UFOP)
Um estudo realizado por pesquisadores do departamento de computação da Universidade de Ouro Preto (UFOP), em parceria com a Unesp e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), aponta Ribeirão Preto como a terceira cidade do estado de São Paulo com maior risco de propagação do coronavírus.
A pesquisa usou dados das redes de mobilidade terrestre de 623 cidades paulistas e os casos confirmados de covid-19 que foram documentados até o dia 1° de maio, para então analisar as principais rotas de dispersão da doença.
Baseando-se nestes levantamentos, foi possível montar um sistema, onde os municípios são representados em forma de rede. A partir destes levantamentos, os pesquisadores conseguiram calcular as métricas desta rede, como explica Vander Freitas, professor do departamento de computação da UFOP e um dos coordenadores da pesquisa para o site de notícias G1.
“A gente pegou cada um desses ordenamentos e comparou com a lista na ordem em que o primeiro caso foi documentado. O que a gente observou foi que algumas cidades, por terem maior fluxo de pessoas e serem mais conectadas com outras, têm maior vulnerabilidade estrutural na rede. O primeiro passo foi elencar as cidades nessa vulnerabilidade”, afirmou Freitas.
A pesquisa montou um ranking dos municípios com o maior índice de propagação do coronavírus no estado de São Paulo. A capital paulista aparece como primeira colocada, seguido de Campinas, que está em 2° lugar, e de Ribeirão Preto, que ocupa a terceira colocação.
“Essas cidades que tem maior fluxo de pessoas, têm uma situação de vulnerabilidade maior, mas a gente percebeu que no fim de abril, as cidades com fluxos menores também passaram a ser importantes. É uma evidência do processo de interiorização da doença. Cidades como Ribeirão, que tem essa grande mobilidade, serve como uma ponte para propagar o vírus e receber o vírus”, diz Freitas ao explicar o pódio dos maiores propagadores da doença.
“Esse artigo, ele é interessante para observar o que aconteceu no passado da propagação do vírus, mas também pensando no futuro. Como Ribeirão Preto figura entre as principais cidades, é preciso redobrar a atenção, porque existe a possibilidade de novas ondas de propagação”, concluiu.
Em Ribeirão Preto, o número de casos positivos para covid-19 é 1325, enquanto os casos suspeitos são 5648 e negativos são 3748, de acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde na última quarta-feira (3).