A Semana de Arte de 1922 ainda surpreende
Por Adriana do Amaral, compartilhado da Revista Nova Família
A primeira vez que vi o #Abaporu confesso que não entendi direito. Ainda não entendo. Mas, como a tela de #TarsiladoAmaral faz sucesso! Inclusive entre as crianças.
Ela instiga a imaginação e tornou-se o quadro brasileiro mais valioso dentre todos, mesmo não estando a venda. Foi pintado pela artista paulistana para presentear o marido. Com pouco mais de 20 anos, Tarsila ouviu o elogio em forma de agradecimento:
É o homem plantado na terra.
Oswald de Andrade
A primeira vez que assisti #Macunaíma -apenas li depois- também não entendi. Com o passar dos anos fica mais fácil compreender “o herói sem caráter”, personagem de uma das principais obras de #MáriodeAndrade que, acreditem, caiu em domínio público.
Aliás, todo o acervo do artista pode ser acessado e visto gratuitamente, assim como seus objetos pessoais, na #CasaMuseu que leva o seu nome. Local onde ele morou, no bairro da #BarraFunda, doada para #SãoPaulo. Com tudo dentro.
Mas o que é um século para a arte?
Há 100 anos, um grupo de intelectuais e artistas fizeram história ao lançar a #SemanadeArteModerna. Mais de cem obras foram expostas, lidas, tocadas durante performances no #TeatroMunicipal, em #SãoPaulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro. Também foi uma forma de expressão política, pois foi um marco histórico associado ao Centenário da Independência.
Foram protagonistas os irmãos Mário e Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Graça Aranha, Vitor Brecheret, Vicente Rego e tantos outros, inclusive convidados estrangeiros. Manuel Bandeira foi representado através da leitura de um de seus poemas. No seleto grupo, as modernas: mulheres que viviam além do seu tempo: Tarsila, Anita Malfatti e Regina Graz. Guiomar Novaes, Maria Marques…
Muitos não entenderam o que viram, como o rosto icterício do #HomemAmarelo, pintado por Anita. Outros não gostaram do que viram: os pés do maestro #HeitorVillaLobos calçando um sapato e um chileno.https://www.youtube.com/embed/4hB3FmRUWaM?feature=oembedValsa Mística, de Heitor Villa-Lobos, na performance de Roberto Szidon ao pinao
A Semana de Arte Moderna marcou história, mas as suas obras não têm data. Elas fazem a arte brasileira romper fronteiras, sejam elas geográficas, artísticas, imaginárias.
Vale a pena ver de novo
A capital paulista preparou alguns eventos para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna. São muitas as atividades. Entre elas:
Era uma vez o moderno, Centro Cultural Fiesp
Modernismo – destaques do Acerto, Pinacoteca do Estado de São Paulo
Exposição de arte revisitada, Estação Clínicas do Metrô
O ano todo
Casa Museu Mário de Andrade: um passeio pela história de uma época e pela intimidade de um homem imortal.