Alguns momentos da história recente do Brasil não saem da minha mente: a vergonhosa votação do impeachment da presidente #DilmaRousseff, que testemunhei perplexa no Vale do Anhangabaú, em #SãoPaulo; a sua descida da rampa do Palácio do Planalto, em #Brasília, aplaudida pelas mulheres e a nomeação de #MichelTemer, o vice, presidente do Brasil foram algumas delas. Depois, a prisão do presidente #Lula e a sua libertação, quando estive no #SindicatodosMetalúrgicosdoABC, chorando e rindo e aplaudindo…
Por Adriana do Amaral, compartilhado de Construir Resitência
Hoje, 29 de outubro de 2021 me remete a outra data. Quando o rumo do Brasil de Michel Temer e a desconstrução do emprego formal e direitos no Brasil avançava aceleradamente… Há três anos o Brasil elegia Jair Bolsonaro presidente. O anúncio da vitória aconteceu às 19h18 da véspera, pela contagem informal de votos, e confirmada depois pelo #STF.
O golpe de 2016 gerou o caos que vivemos hoje. O ex-capitão do Exército e político de poucos resultados venceu o professor #FernandoHaddad por uma diferença de ínfima, porém poderosa. Com 55,13% dos votos. Na época, ele ainda tinha partido, o #PSB.
Perdi as eleições e também inúmeros amigos. Deixei de lado muitos familiares, que insistiam que dali em diante o país tomaria um novo rumo, que seria o fim dos comunistas do #PartidodosTrabalhadores. Afinal, tudo era culpa do PT, do Lula, da Dilma, dos vermelhos.
O discurso e justificativas eram sempre o mesmo. E não estou falando em radicais da direita, mas da classe média, de pseudos intelectuais, da mídia hegemônica que repetiam o discurso que endossava o pensamento plano de Olavo de Carvalho, a política neoliberal de Paulo Guedes e principalmente o discurso de ódio, homofóbico, transfóbico, racista, machista, preconceituoso, mentiroso. Três meses depois mudou-se o lema do Brasil para Pátria Armada.
E… no meio do caminho veio uma #pandemia para por lenha na fogueira de horrores. O Brasil continua dividido, mas aqueles que hoje enxergam o caos é em maior número, apesar da insistência dos defensores da terceira via.
O Brasil empobrecido, envergonhado internacionalmente ruma à deriva, mas no leme ainda há um capitão perigoso, negligente. Aquele que deveria cuidar zela por poucos, que nunca se enriqueceram tanto. Minto, talvez na época do “achamento” do Brasil, quando as nossas riquezas foram “enricar” a Europa.
Lembro-me, durante a campanha do #EleNão, tem argumentado que o país não podia ter como presidente um assassino. Pois, para mim, que justifica as mortes, inclusive durante a tortura, assassino é. Fui criticada. Como você fala isso? Hoje, a hashtag genocida fala por mim.
De lá para cá mantive distância de alguns, para minimizar os confrontos, e, curiosamente, a pandemia da #covid-19 e o #isolamento social serviram como desculpa. Aos poucos, contudo, tenho retomado a estratégia do pré-eleição e buscado no diálogo a força contra a opressão e a desinformação.
Afinal, ainda acredito que conversando a gente se entende. Testemunhando a gente aprende. Ouvindo a gente apreende. Esclarecendo as fakenews a gente aprende. Sobretudo, que escrevendo eu também e liberto e ajudo a libertar.
Estou jogando todas as minhas esperanças em nas eleições de 2022. Quero dizer adeus ao pior presidente do Brasil dentre os 38 . Quero celebrar de novo como fiz em janeiro de 2003.