“Eu me apaixonei perdidamente”. Como Liv Tyler descobriu que o líder do Aerosmith era seu pai

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Por Sergio Del Amo, compartilhado de El País – 

A atriz é fruto do breve ‘affaire’ entre Bebe Buell e Steven Tyler. Mas como naquela época ele tinha sérios problemas com drogas, a mãe decidiu esconder da filha a verdade

Steven Tyler e Liv Tyler em uma imagem de arquivo.
Steven Tyler e Liv Tyler em uma imagem de arquivo.

Todo mundo acha que Liv Tyler é filha de Steven Tyler, o líder do Aerosmith. Mas nem sempre foi assim. Na verdade, a atriz viveu seus primeiros anos acreditando que seu pai era o também músico Todd Rundgren, que entre 1972 e 1978 manteve um relacionamento com sua mãe, a cantora, modelo e ex-coelhinha da Playboy Bebe Buell. A gênese dessa confusão familiar está em 1976. Naquela época, depois de ter feito o mesmo com Rod Stewart e Elvis Costello, Bebe, de 23 anos, teve uma breve aventura com Steven, da qual nasceu Liv no verão de 1977. Ela sabia perfeitamente quem era o pai, mas conhecendo os problemas de dependência de drogas que o autor de Dream On tinha na época, decidiu esconder da menina a verdade.

“Quando eu nasci, minha mãe era muito jovem e estava lutando contra isso, precisava de ajuda. Portanto, morava no Maine com minha tia, meu tio e meus primos. Depois morei com os meus avós na Virgínia e depois o tempo inteiro com minha mãe”, recordou Liv na revista Wonderland em 2011 sobre aqueles primeiros três anos em que, principalmente por motivos de trabalho, percebeu a ausência da mãe. Por seu lado, Todd, apesar de ter rompido com Bebe meses depois que Liv veio ao mundo, não teve problema algum em atuar como figura paterna. “Todd basicamente decidiu que eu precisava de um pai, então assinou minha certidão de nascimento. Sabia que havia a possibilidade de não ser dele, mas… Ele me apoiou completamente, me fez estudar em escolas particulares incríveis e eu ia vê-lo três vezes por ano quando morava em Woodstock”, acrescentou a esse respeito na mesma publicação. “Você o chamava de papai?”, aproveitou para perguntar a jornalista Louise Brealey. “Oh sim. No entanto… parei de chamá-lo de papai, mas você sabe. Ele é o máximo. Quero dizer, sou muito grata a ele, tenho muito amor por ele. Quando ele me abraça, sinto como se fosse papai. Além disso, ele é muito protetor e forte”.




O capítulo seguinte desse enredo paterno-filial aconteceu quando Liv tinha oito anos, pois foi nessa idade que, embora não estivesse consciente, viu pela primeira vez seu verdadeiro pai. Ela explicou assim o encontro fortuito também na Wonderland: “Eu não sabia quem fazia parte do Aerosmith. E minha mãe disse: “Venha aqui, quero te apresentar a alguém.” Eu estava assistindo Todd tocar e pensei, ‘Uff, não quero ir!’. Então ela apontou para um cara que estava parado no balcão do bar e eu pensei: ‘Esse é o filho do Mick Jagger?’. Ele me comprou uma Shirley Temple, uma água com gás e granadina com pequenas cerejas de plástico falsas. Eu era meio moleca, tinha uma saia anos oitenta e estava sentada com as pernas abertas. Lembro que ele me disse: ‘Você tem que cruzar as pernas, mocinha’. Eu me apaixonei perdidamente por ele. Não tinha a menor ideia de quem era.”

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Tal foi o impacto que lhe causou conhecê-lo que, como ela mesma revelou na Interview em 2015, “coloquei um pôster dele na minha parede” e, da mesma forma, escreveu de próprio punho no diário pessoal de sua mãe “acho que Steven é meu pai”. Suas suspeitas seriam confirmadas quando tinha 11 anos. “Comecei a intuir porque ele se parecia muito comigo e eu tenho uma meia-irmã um ano mais nova do que eu, chamada Mia, que vi ao lado do palco em um show de Steven. Estava literalmente vendo minha irmã gêmea. Ela era exatamente como eu e olhei para minha mãe, que estava com lágrimas nos olhos. Foi assim que comecei a conectar tudo”, narrou sobre a descoberta há cinco anos no programa The Jonathan Ross Show. “Quando percebi que Steven era meu pai, foi um momento maior do que eu, quase espiritual. Quando você conhece um parente, há uma energia e um brilho entre seus corpos. De alguma forma, deve ser a química, o DNA e os genes. Senti uma conexão muito forte ao conhecê-lo quando era criança e não sabia por que no início, mas descobri muito rápido”, acrescentou ao The Guardian em 2017.

Em 1994 Liv apareceu no videoclipe de Crazy junto com Alicia Silverstone e, quatro anos depois, seu pai retribuiu o favor interpretando a célebre I Don’t Want to Miss a Thing, o tema principal daquele filme chamado Armagedom que ela mesma estrelou. No entanto, no início, seu vínculo afetivo não era tão forte quanto se poderia esperar. “Depois de nos conhecer começou a nos ligar e íamos vê-lo. Ele tinha acabado de sair da reabilitação, então parte do processo era consertar as coisas e me aproximar da minha mãe depois de anos sendo um viciado em drogas e nunca ter estado presente. A relação ainda é um pouco complicada. Ele está muito ocupado. Não anda muito por aí. É um pouco difícil ser filha de uma estrela do rock. Definitivamente, às vezes pode ser doloroso, especialmente para mim. Honestamente? Nos últimos anos não estivemos muito próximos. Ele passou por um montão de coisas sozinho e não esteve muito conosco. Então isso foi difícil. Provavelmente eu não deveria estar falando disto… Eu realmente gostaria que ele estivesse mais próximo, que conhecesse mais meu filho Milo”, confessou na já citada Wonderland nove anos atrás.

Agora, felizmente, o relacionamento deles é radicalmente diferente. Ou pelo menos é o que se deduz ao ler no The Guardian que, em 2015, quando nasceu o seu segundo filho, Sailor, o pai estava presente: “Nunca esperei dar à luz com a minha irmã e o meu pai no mesmo quarto. Sailor me surpreendeu e chegou seis semanas antes, o que foi bastante assustador. David [referindo-se ao seu parceiro desde 2014, o agente de jogadores de futebol David Gardner] estava em um voo. Liguei para Mia, ela veio direto para o hospital e também ligou para Steven. Ele entrou no quarto momentos antes de Sailor nascer e cortou o cordão umbilical. Foi uma coisa selvagem.” Como vocês podem imaginar, a alma do Aerosmith não é um vovô, digamos, típico. “Ele é surpreendente fazendo ruídos estranhos com a boca. Além disso, imita animais, uma grande quantidade de ruídos de animais. Ele adora brincar, é divertido e amoroso, é como um feiticeiro que tira coisas do cabelo e usa joias, é simplesmente muito divertido”, contou a Jonathan Ross. Eles recuperaram o tempo perdido.

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