“O silêncio a respeito do que está acontecendo em Gaza é mais do que impotência, é derrota. Ou cumplicidade com a selvageria”, diz Carol Proner
Compartilhado de Brasil 247
Eu já não durmo mais. Mas não é sobre a minha cabeça que explodem bombas. Não posso fazer muito, mas o silêncio a respeito do que está acontecendo em Gaza é mais do que impotência, é derrota. Ou cumplicidade com a selvageria.
“A guerra será longa”, afirmou o Primeiro Ministro de Israel, e será por terra, ar e mar: “Nossa meta é destruir o inimigo e assegurar que eles não existam em nosso país. (…), nós garantimos que nós faremos tudo, absolutamente tudo, para que os reféns voltem para as suas famílias.”, diz B. Netanyahu.
Hoje, dia 01 de novembro, os dados das organizações humanitárias divulgados após o último ataque a um campo de refugiados mostram a real natureza da guerra: 9500 massacres foram cometidos pelas forças israelenses desde 07 de outubro, o total de mortes confirmadas até o momento é de 8796, dos quais 3648 de crianças, 2290 de mulheres e milhares de feridos privados de água e comida. Os desaparecidos estão subestimados, apenas 2300 denúncias nos canais de acesso, dos quais 1130 são crianças. A cada ataque, somem corpos sob os escombros e não há possibilidade de resgate ou estimativas de números.
Entre alvos especialmente protegidos pelo direito humanitário, 98 centros médicos ou hospitais foram atingidos e 60 estão fora de operação, 25 ambulâncias foram destruídas,130 médicos foram mortos.
O Hospital Turco, especializado em tratamento de câncer, neste exato momento não possui combustível. Os pacientes estão sentenciados à morte em algumas horas. O estreito de Rafah foi aberto essa madrugada, mas a ajuda não chega a 1% do necessário para evitar morticínio.