Por Ademir Assunção, jornalista e poeta, no Facebook –

Se tivesse condições, estaria neste momento na Venezuela, para ver, com meus próprios olhos, o que realmente está acontecendo por lá.

Não sou tolo. Não aposto nem uma folha murcha de alface nas intenções “humanitárias” da ultradireita norte-americana (representada pelo arquiidiota Donald Trump) e da ultradireita brasileira (representada pelo Capitão).

Que intenções “humanitárias” tem um governo que constrói um muro gigantesco para separá-lo do país vizinho, depois de roubar grande parte do seu território? Pergunte aos mexicanos.

O que a ultradireita norte-americana quer é o petróleo da Venezuela. Como quis o petróleo do Iraque.

Onde a ultradireita norte-americana, ou mesmo os “democratas”, entrou com sua “ajuda humanitária”, deixou um rastro de sangue e destruição. Foi assim na Coréia, no Vietnã, no Iraque, no Afeganistão, na Síria.

A imprensa neoliberal – seja norte-americana, seja brasileira – também está pouco se fodendo para os pobres venezuelanos. Isso até meu gato Zé sabe. O que querem é a derrubada de Nicolás Maduro.

Derrubando Maduro e colocando a ultradireita, ou mesmo os neoliberais venezuelanos no poder, o que eles vão fazer? O mesmo que aqui: 1) entregar o petróleo aos norte-americanos, com benefícios apenas para os mais ricos, 2) fazer reforma da previdência, jogando os miseráveis na miséria mais miserável ainda, 3) privatizar tudo o que puderem, inclusive educação e saúde – e por aí vai.

Os norte-americanos jogam duro contra seus inimigos. A crise venezuelana, óbvio, até minha gata Billie sabe, está diretamente ligada às sanções econômicas e bloqueios acirrados pela ultra-direita norte-americana contra os venezuelanos. Se querem mesmo dar ajuda humanitária, que suspendam todos as sanções, embargos e bloqueios.

Nessa época de “especialistas”, muito bem pagos para mentir, manipular e distorcer os fatos, não sou especialista em América Latina, muito menos em Venezuela, como muitos se apresentam, sem nunca terem pisado o pé sequer na fronteira.

Mas não sou tolo.

Se tivesse condições, estaria lá, com meu tino de repórter, vendo com meus próprios olhos, ouvindo com meus próprios ouvidos, entendendo com minha própria cabeça.