Evandro Guedes, que ensinou a ‘estuprar’ cadáveres, tenta se justificar: “Se tá morta não é uma mulher”

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Amigo de Eduardo Bolsonaro, dono de um cursinho preparatório para carreiras policiais, além de descrever com prazer uma cena de vilipêndio de cadáver, ainda debochou que a pena para o crime seria pequena

POR IVAN LONGO, COMPARTILHADO DA REVISTA FÓRUM




Evandro Guedes, que ensinou a 'estuprar' cadáveres, tenta se justificar: "Se tá morta não é uma mulher"
Evandro Guedes, professor de cursinho que “ensina” a violar cadáveres, é amigo de Eduardo Bolsonaro. Fotos: Reprodução

O ex-PM e fundador do AlfaCon Concursos, uma empresa direcionada a concurseiros que pretendem seguir carreiras policiais, Evandro Guedes, fez uma live no Instragram, nesta segunda-feira (4), para tentar se explicar após o vídeo em que aparece ensinando seus alunos a “estuprar” cadáveres de mulheres viralizar nas redes sociais. 

Em 2019, Guedes, que é amigo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deu uma verdadeira “aula de necrofilia” aos seus alunos e falou com prazer da situação de um cadáver sendo violado para fins libidinosos

“Imagina, filho, você que é virgem. Ai você passa num concurso de técnico de necropsia de nível médio. Aí você tá lá e vem uma menina do ‘Pânico na TV’ morta. Meu irmão, com aquele rabão e ela enfartou de tanto tomar bomba, enfartou na porta do necrotério. Duas horas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão: ‘uhmmm, quentinha ainda’. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime. Meu irmão, o difícil vai ser você arrumar uns travesseiros porque comer ela de bruços não dá. Tem que botar de quatro. Então, você bota um monte de travesseiros. Bota ela toda torta lá, irmão. Daquele jeito, ela fica meio durinha. Vai assim, e só por Deus, cara. Como vai endurecendo tudo, deve ficar bom demais. E come até a parte da manhã“, dispara o dono do cursinho. 

Depois, o “professor” ressalta que abusar sexualmente de cadáveres é crime, mas debocha da suposta reação do pai de uma vítima abusada e praticamente incentiva os alunos a fazerem o ato repugnante, ressaltando que a pena para vilipêndio de cadáver é pequena. 

Veja: 

Diante da viralização do vídeo, Evandro Guedes tentou se explicar mas deu declarações tão repugnantes quanto às de 2019. Ele disse, entre outros absurdos, que se a pessoa está morta, “não é uma mulher”, e que na verdade reproduziu o que chama de “ficção jurídica”. 

Confira: 

Amigo de Eduardo Bolsonaro, Evandro Guedes já se vangloriou por violência

Evandro Guedes é amigo da família Bolsonaro. Ele já apareceu em fotos e vídeos ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teve seus cursos da AlfaCon divulgados pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro

Em suas aulas, o “professor” coleciona falas de apologia à violência, se orgulha de episódios em que supostamente teria torturado pessoas e destila racismo e transfobia. 

Em 2019, por exemplo, Guedes dava aula quando de repente interrompe uma explicação, totalmente descontrolado, e arremessa o apagador em um aluno. Na sequência, ele humilha o rapaz e o ofende, aparentemente porque ele estava usando o celular na sala.

Dois anos depois, já em 2021, em entrevista a um podcast chamado Cortes do Mike, o policial e professor falou sobre o caso e, fazendo várias piadas, chamou o aluno que o processou pelo arremesso do apagador (segundo ele, outro aluno) de filho da puta e fez ofensas de caráter homofóbico contra o denunciante.

Em 2020, o empresário dono da Alfacon já tinha chocado internautas a contar um caso que teria ocorrido quando ele era policial militar no Rio de Janeiro. O relato dele é recheado de frases racistas e ofensivas.

“O desgraçado do favelado. É isso mesmo, feio para caralho, mijou na latinha de Coca-Cola e mandou, num calor desgraçado 4 e meia da tarde num domingo. Aquela porra bateu nas minhas costas e até hoje eu tenho uma raiva… E a latinha subiu e o xixi veio, chegou a entrar no meu nariz, fiquei todo mijado. Porra, mijo de favelado, a porra dos favelados, a crioulada, todo mundo rindo. O capitão mandou bater em todo mundo. Foi o primeiro ato de execução de maldade e crueldade que eu fiz, puta que pariu. Ali eu descobri que eu gosto de bater nas pessoas, e ponto. É uma coisa que eu gosto de fazer, e tive que me controlar por anos para não dar merda”, disse na ocasião.

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