Bom desempenho na economia e cumprimento da promessa de trazer de volta o churrasquinho com picanha aos finais de semana influenciam eleitores da base bolsonarista a aprovarem gestão de Lula.
POR PLINIO TEODORO, compartilhado de Revista Fórum
O bom desempenho econômico e o empenho de Lula em cumprir promessas de campanha, como aquela do churrasquinho com picanha aos finais de semana, têm atraído eleitores que fazem parte de nichos que serviram de base de sustentação de Jair Bolsonaro (PL) e vem abandonando o ex-presidente fascista à medida que as investigações da Polícia Federal (PF) revelam a verdadeira face do “mito”.
É o que mostra a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) – a quarta desde o início do governo – em que 60% dos eleiotres dizem aprovar o trabalho que Lula está fazendo. O percentual revela um aumento de 4 pontos desde o início do governo, que teve uma queda para 51% em abril e retornou aos 56% em junho.
O salto, no entanto, foi maior em nichos que proporcionaram um “colchão” de votos para Bolsonaro chegar ao segundo turno e ser derrotado por uma diferença inferior a 2 pontos.
A pesquisa mostra que, pela primeira vez, Lula tem o aval da maioria dos evangélicos, com 50% de aprovação desses eleitores, contra 46% que desaprovam.
O desempenho de Lula entre os evangélicos subiu 10 pontos desde o início do governo, acompanhando o desempenho econômico e à medida que o terrorismo dos bolsonaristas sobre a chamada “pauta de costumes” se esvaiu, principalmente a fake news sobre o fechamento de templos e igrejas.
Entre os católicos, a aprovação de Lula subiu de 61% para 63% – dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Já entre aqueles que dizem não ter religião, o apoio foi de 59% para 64%.
Escolaridade
Lula também teve um crescimento exponencial entre eleitores de ensino superior, voltando ao patamar dos 53% do início do governo após chegar a 40% em abril. A reprovação, que chegou a 54% naquele mês, retraiu e está em 44%.
Lula também atingiu o maior índice – 67% – entre os eleitores que têm até o Ensino fundamental e entre os que têm ensino médio: 56%.
O presidente também é aprovado em todas as camadas sociais: 68% entre os mais pobres (até 2 salários mínimos), 56% na classe média (entre 2 e 5 S.M) e entre os ricos, com um apertado 49% de aprovado e 48% de reprovação.
Regiões e sexo
O maior crescimento da aprovação de Lula, no entanto, se deu em uma região em que Bolsonaro obteve 58,9% dos votos no segundo turno das eleições – o petista somou 41,1%.
Segundo a Quaest, a aprovação de Lula no sul passou de 48% em junho para atuais 59%, um salto de 11 pontos percentuais.
No Sudeste, onde Bolsonaro também venceu (40,53% contra 34,16%), a aprovação de Lula saltou 4 pontos, passando de 51% para 55%. No Nordeste, Lula é aprovado por 72% dos eleitores – cinco pontos a menos do que em janeiro e um a mais que em junho – e no Norte/Centro-Oeste o apoio caiu de 56% para 52%.
Lula também teve um salto na aprovação de 5 pontos entre os homens, chegando a 59%. Já entre as mulheres o índice oscilou de 58% para 60%.
Outro dado que mostra que Bolsonaro está cada dia mais isolado é a queda da reprovação de Lula entre eleitores que votaram no ex-presidente no segundo turno, que está em 70% após atingir pico de 81% em abril.
Já entre aqueles que declaram voto em Lula, o presidente tem 93% de aprovação. O presidente também tem o aval de 58% dos eleitores que votaram branco, nulo ou não compareceram às urnas.
A pesquisa aponta ainda que 39% dos eleitores aprovam Lula porque o presidente “é bem intencionado e tem feito o que prometeu”. Outros 37% dizem pensam inversamente o contrário.
Já 18% dizem que Lula é bem intencionado, mas não tem feito o que prometeu e 3% dizem que, embora não seja “bem intencionado”, o presidente faz o que aconteceu.
A Quaest ouviu 2.029 eleitores entre 10 e 14 de agosto. O índice de confiança é de 95%.
Confira a íntegra.