Por Regiane Oliveira, Rodolfo Borges e Talita Bedinelli, compartilhado de El País –
Dados mais recentes de infecções e mortes pela covid-19 nos Estados brasileiros e comparação com os principais epicentros da epidemia no mundo
OBrasil registrou o primeiro caso do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença covid-19, no dia 26 de fevereiro. Foi em São Paulo. Um homem de 61 anos, cuja identidade não foi revelada, que esteve na Itália de 9 a 21 de fevereiro, mais especificamente na região da Lombardia, um dos epicentros da crise naquele país. Desde então, a infecção se alastrou por todos os Estados por meio de um tipo de transmissão chamada de comunitária, que não permite se saber onde, exatamente, uma pessoa contraiu o vírus.
No dia 5 de junho, o Ministério da Saúde excluiu de seu boletim epidemiológico diário o número total de pessoas infectadas pelo vírus Sars-Cov-2, bem como o total de mortes no país. O Governo Jair Bolsonaro também decidiu apagar do portal oficial de informações as tabelas que mostravam a curva de evolução da doença desde que o Brasil registrou seu primeiro caso. Depois, retomou a publicação por conta de uma decisão liminar do STF. Na contramão das boas práticas de transparência pública, o Governo optou em dar destaque apenas aos casos novos, tanto de pessoas recuperadas quanto de infecções e óbitos.
O EL PAÍS acompanha as informações desde o início da crise e continuará a divulgar o total de infecções e mortes no Brasil e por Estados. Em 2 de julho, dados do Ministério da Saúde apontavam a existência de 1.496.858 casos do novo coronavírus e 61.884 mortes no país. Além disso, 852.816 pessoas já se recuperaram da doença.
São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, os campeões de casos
Apesar de a doença já ter se espalhado pelo país, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará lideram a curva de infecções e também de número de mortos. Estes Estados adotaram medidas de circulação da população mais restritas, determinando o fechamento de áreas comerciais e restringindo a circulação, o que causou um conflito público com Jair Bolsonaro. O presidente é contrário às restrições e defende apenas o isolamento de grupos mais frágeis para a doença, como idosos e portadores de doença crônica, contrariando medidas adotadas em outros países afetados pela covid-19. Recentemente, no entanto, Governos Estaduais têm ensaiado uma maior abertura econômica, mesmo sem que a doença tenha atingido seu pico de contágio.
Cenário mundial
O Brasil é o país latino-americano que registra mais infecções por coronavírus. E está em terceiro no ranking mundial de número de casos e mortes, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.