Extinção da SEDES: um erro de Eduardo Paes

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Publicado no Blog do Vinicius – 

Dias atrás, através do Diário Oficial do município, depois de não conseguir levar seu candidato ao segundo turno, o prefeito Eduardo Paes, extinguiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário-SEDES.

A SEDES, conseguiu mudar a lógica vertical do poder público e conseguiu implementar uma política horizontal com diversos segmentos de nossa sociedade, como: pequenos empreendedores, micro e pequenos empresários, pequenos empreendimentos, pequenos produtores familiares orgânicos, entre outros. Toda a política de ação da SEDES era debatida com os segmentos atingidos e todos usavam a secretaria como instrumento de suas ações. Posso dizer que isto era uma ação inovadora e que deu bastantes resultados inclusivos.




Vejam algumas ações importantes e inclusivas que a SEDES coordenou:

Mulheres trabalhando na Construção Civil
Mulheres Construindo um Novo Rio: Formou e incluiu mulheres na área da construção civil. Mas de 350 mulheres foram capacitadas e muitas estão até hoje trabalhando. Outras aprenderam a profissão para reformar a sua própria casa ou buscaram trabalhar de forma autônoma.
Cartaz criado pelos estudantes do projeto
Geração Consciente: O projeto formou centenas de jovens em três comunidades do Rio de Janeiro, na área de comunicação, priorizando os Direitos Humanos, que resultou na campanha “Pense Direito”, onde os jovens criaram uma série de frases baseadas no direito a cidadania, ás vezes tão esquecidos na nossa sociedade. Uma das frases dizia: “Você luta pelos seus direitos ou pelos seus interesses?.
Simbolo do Projeto Rio EcoSOL
Rio Economia Solidária: Buscou dentro das comunidades e das áreas mais carentes da cidade, identificar os empreendedores que foram qualificados e formados na área da Economia Solidária, com conceitos que reforça o trabalho em grupo e de forma solidária. Foram criadas diversas redes para aglutinar esses empreendedores, que assim passaram a ter mais força e fizeram seus empreendimentos prosperarem. As novas Redes de Economia solidária passaram a ter um representante no Fórum da Economia Solidária, que atua de forma independente do poder público e debate as políticas para o fortalecimento da Economia Solidária, no município do Rio de Janeiro. A SEDES realizou todo o processo de acompanhamento da melhoria dos empreendimentos e de seus produtos.
Cartaz da campanha nacional
Lei da Economia Solidária: Foi criada e aprovada na Câmara Municipal, que passa a colocar a Economia Solidária como política pública no município do Rio de Janeiro. A aprovação da Lei, foi uma articulação dos Fóruns municipal e estadual da Economia Solidária, movimento da Economia Solidária, SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária do Governo Federal) e Prefeitura do Rio de Janeiro, através do gabinete do prefeito e a SEDES. A Lei garante a Criação do Conselho Municipal da Economia Solidária-CONDESOL.
Convite para a posse do CONDESOL
Conselho Municipal da Economia Solidária: Um espaço, garantido pela Lei da Economia Solidária, para debater propostas de ações para o fortalecimento da Economia solidária no município. O CONDESOL, é formado por membros do movimento da Economia solidária (empreendedores), poder públicos (representantes de diversas secretariais e orgãos da prefeitura) e representantes de entidades de apoio a Economia Solidária.
Circuito Carioca de Economia Solidária
Circuito Carioca da Economia Solidária: A SEDES, com apoio de outras secretariais e órgãos da prefeitura, em parceria com o Fórum Municipal da Economia Solidária-FES, criou um Circuito de Feiras, chamado, Circuito Rio EcoSol, onde os empreendedores podem expor seus produtos. Hoje, o Circuito conta com mais de 10 feiras em diversos pontos da cidade, como: Largo do Machado, Região Portuária, Campo Grande, General Osório, Cinelândia, entre outros bairros. O circuito é a ponta de um longo processo que passa pela identificação dos empreendedores e empreendimentos, formação e qualificação.
Circuito Carioca de Feiras Orgânicas
Circuito Carioca de Feiras Orgânicas: Criado com o intuito de fortalecer a agricultura familiar orgânica, na cidade do Rio e no estado, além de levar um alimento saudável e com preços mais acessíveis a população. Hoje o circuito conta com 14 feiras orgânicas espalhadas pelas regiões da cidade. Antes esses produtores vendiam em torno de R$ 700 mil, hoje, chegam a vender perto de R$ 8 milhões ao ano. Com isto melhorando a qualidade de vida do produtores, a produção e aumentando a sua escala. Assim conseguimos ter um produto orgânico, com boa qualidade, certificado e com melhores preços para o cidadão.
Selo do Programa Polos do Rio
Polos do Rio: o Programa Polos do Rio tem como objetivo principal aglutinar os pequenos e médios empresários, em diversas regiões da cidade, fomentando o desenvolvimento local e assim gerando renda e empregos na cidade. Hoje, o Programa conta com mais de 30 polos gastronômicos, comerciais, empresariais, turismo, Lazer e cultura.
Campanha pela certificação da Cidade do Rio de Janeiro
Rio Comércio Justo: Por causa de todas as ações empreendedoras da SEDES, a cidade do Rio de Janeiro, pode se candidatar a certificação de Cidade de Comércio Justo e ganhou, tornando-se a primeira capital das Américas certificada em Comércio Justo e Solidário. A cidade teve que atingir 10 metas para conseguir a certificação. Isto é apenas um começo para que a cidade do Rio de Janeiro, possa ter um ambiente econômico e social, onde o pequeno e médio empreendedor possa ter condições de ver seu negócio prosperar.
Incluindo outras ações, a SEDES, tornou-se uma referência nacional e até internacional, na área de Comercio Justo e Solidário. No apagar das luzes, o prefeito Eduardo Paes, extinguiu a secretaria sem nenhuma justificativa plausível, afinal boa parte dos recursos que a secretaria recebia eram oriundos do Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES. Esta atitude do prefeito deixou milhares de empreendedores sem saber o que vai acontecer com seu futuro e se as ações desenvolvidas pelas SEDES continuarão, num futuro governo.
Espero que o próximo prefeito eleito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, possa rever o erro da extinção da SEDES.

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