Segundo pesquisa do NetLab, da UFRJ, em uma amostra de 95 links, foram identificadas 37 publicações (38,95%) classificadas como desinformação por checadores de fatos
Compartilhado de Brasil 247
247 – A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, permite a divulgação de conteúdo classificado como desinformação eleitoral, apesar do acordo feito com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com pesquisa do NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em uma amostra de 95 links das duas redes sociais e denunciados por usuários ao TSE de 21 de junho a 12 de setembro, foram identificadas 37 publicações (38,95%) foram classificadas como desinformação por checadores de fatos. Mas, nas duas plataformas, não foram rotuladas como desinformação nem retiradas.
Segundo informações publicadas nesta quinta-feira (20) pelo jornal Folha de S.Paulo, a Meta usou rótulos indicando aos usuários que havia risco de desinformação em apenas 25 das publicações (26,3%). Da amostragem, 14 dos posts denunciados (14,73%) estavam no ar e não foram checados, e 19 (20%) estavam indisponíveis.
Coordenadora do NetLab da UFRJ, Marie Santini reforçou que “a maioria dos conteúdos” denunciados ao TSE “permanecem ativos e sem sinalização, mesmo já tendo sido confirmados como desinformação pelas agências de checagem parceiras da Meta, fato que descumpre o acordo firmado com o TSE”.
O estudo do NetLab identificou os perfis que mais postaram conteúdo eleitoral classificado como desinformação. Os campeões são aliados de Jair Bolsonaro (PL) como os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP).
Outros políticos publicaram desinformações como a vereadora de Goiânia (GO) Gabriela Rodart (DC), o deputado federal Léo Motta (Republicanos-MG) e a deputada eleita Coronel Fernanda (PL-MT).
As páginas conservadoras como Acorda Brasil Já, O Patriota, Zé da Filadélfia, República de Curitiba também divulgaram conteúdos falsos.
Em nota, a Meta afirmou que, “como parte dos nossos esforços para proteger a integridade das eleições brasileiras, colaboramos com autoridades e promovemos informações confiáveis”.