Termo que já existia no vocabulário da Língua Portuguesa foi registrado em dicionário em 1899 e chegou a ser usado por Machado de Assis
1) Afinal, a palavra “presidenta” existe?
Sim, existe e está nos dicionários. Por exemplo, o Houaiss afirma que “presidenta” é “mulher que se elege para a presidência de um país”, ou “mulher que exerce o cargo de presidente de uma instituição”. Do ponto de vista formal, a palavra existe e poder ser usada em qualquer ocasião (discursos, textos, bate-papos).
Respondendo às dúvidas: PRESIDENTA está correto! Segue definição presente na página 1546 do Novo Dicionário Houaiss.
2) Mas isso foi inventado agora, não?
A edição do Dicionário Houaiss consultada é de 2009, ou seja, de antes da eleição de Dilma. Mais do que isso, segundo especialistas da equipe do Dicionário Aurélio, o termo existe pelo menos desde 1872, existia no dicionário Cândido de Figueiredo em 1899 e foi incorporada aos outros compêndios do nosso idioma em 1925. Machado de Assis, o grande escritor brasileiro, usa a palavra em seu mais do que clássico Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1880.
3) Eu nunca tinha ouvido ninguém usar “presidenta”. Por que a Dilma e o PT teimam nessa palavra?
Se ela está correta e existe na nossa língua há tanto tempo, a presidenta tem o direito de usá-la. A “teimosia” é uma maneira de deixar claro que o país é governado por uma mulher e de valorizar o fato de que esta é a primeira vez que temos uma mandatária do sexo feminino.
4) Então o uso de “presidenta” é político?
Sim. Como ambas as formas são corretas, esta foi escolhida para reforçar a questão o gênero da mandatária.
5) No caso de palavras como “agente” e “pedinte”, a forma feminina não existe. Por que com “presidenta” é diferente?
Porque “presidente” é uma exceção a essa regra e aceita o artigo “a” no final para indicar a forma feminina.
5) Acho feio e não vou usar. Estou errado?
Não está, você tem a liberdade de falar “presidente” para referir-se a Dilma ou outra chefe máxima do executivo sem cometer erro algum. Mas é sempre bom respeitar a forma como uma pessoa se autodenomina, é um sinal de respeito. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, pensa desta forma. Chamou Dilma Rousseff de “presidenta” numa entrevista à Globonews. “Devemos chamar as pessoas pelo que elas gostam de ser chamadas”, concluiu.