Por Paulo Faria, jornalista, de Londres
Fascinante assistir Lula discorrer sobre decisão do Fachin, Justiça tardia, armação do triplex, morte da esposa, morte do irmão, morte do neto, cárcere em Curitiba, situação econômica do Brasil, pandemia, negligência do desgoverno Bolsonaro, Zé Gotinha, terraplanismo do Olavo de Carvalho e esfericidade da Terra, pré-sal, Petrobrás, tecnologia de extração de petróleo, dados do Dieese, empregos e vidas arruinadas pela Lava Jato, crise dos subprime, agradecer meio mundo – de Noam Chomsky ao Papa Francisco, passando por Chico Buarque, presidente da Argentina, prefeita de Paris entre tantos outros – reconhecimento internacional, Moro sendo fritado pela Globo, semblante do William Bonner ao noticiar a decisão do STF, pedir pro povo não seguir “nenhuma decisão imbecil do presidente da república ou do ministro da Saúde” e praticamente mandá-los enfiar a cloroquina no cu, e falar com tanta desenvoltura e autoridade por mais de uma hora para uma audiência hipnotizada ANTES de abrir espaço para as perguntas dos jornalistas, pois, afinal, trata-se de uma coletiva de imprensa.
Igualzinho ao “animal” que diz que “no tocanto a isso aí, eu posso falar por horas”, e então gagueja por dois minutos e não diz coisa com coisa, seja lá qual for o assunto.