Fechamento das escolas: Tenho 12 anos e já aprendi o que é repressão, “professor” Alckmin!

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Por Valentim Frateschi – 

                Eu sou Valentim, tenho 12 anos e sou estudante de uma escola particular localizada na Zona Oeste de São Paulo. O seu primeiro pensamento foi: “burguês, só olha pro próprio umbigo”. Não é bem assim. Eu até iria em atos para favorecer os estudantes das escolas que estão ocupadas para não serem fechadas, mas como? Como eu vou, se o Alckmin está mandando a polícia, a Tropa de Choque para lidar com crianças e adolescentes? Com o Geraldo, não tem diálogo. Ele diz: “Sai.” Se você não sai, o cassetete, o gás lacrimogêneo, as balas de borracha e o spray de pimenta te tiram.




escola ocupada 6

                Você, Geraldo, já bateu em professor, em estudante da faculdade e em muita gente que entra no seu caminho de desconstrução de São Paulo, mas em estudantes secundaristas, em gente da minha idade é novidade (na periferia não é novidade, mas não é esse o foco). Você não se acostumou ainda com as aulas de cidadania que os estudantes estão lhe dando? Que pena, pois vai ter que se acostumar logo.

                É muito dinheiro que está sendo “economizado”. Quem sabe o governador não faz um “bom proveito” e renova os estoques de armas anti-manifestação? Quem sabe, agora, os jovens passem a temê-lo? Quem sabe, agora, a educação fique apenas dentro da escola e não tente mais chegar no cérebro do governador? Quem sabe, agora, a gente chegue na ditadura Alckmista?

                Como diz Sakamoto, “Ir para a rua protestar é crime. Exigir educação de qualidade é crime. Querer participar das decisões sobre políticas públicas é crime. Questionar seu governo é crime. Gravar ações policiais em manifestações com o celular é crime. Não conhecer e respeitar o seu lugar na sociedade é crime. Pedir diálogo real (e não o simulacro oferecido pelo governo, que não aceita discutir seu projeto) é crime. Achar que educação, mais do que repetir palavras, é estar pronto para colocar em xeque a estrutura do próprio país é crime.”

A ideia é deixar o povo com medo ao ponto de não irem se manifestar nem se for pacificamente. A ideia é: ou fica preso em casa ou na delegacia. Ou seja, o objetivo do Picolé de Chuchu Diet (que de diet não tem nada) é transformar a sociedade do jovem paulista em uma ditadura.

                Mas quer saber? Eu vou pra rua mesmo assim… Eu vou ficar meio que roxo e minha mãe vai ter uns três ataques, mas quem sabe eu consigo mudar alguma coisa…

Valentim Frateschi já sabe o que é repressão. Alckmin e outros assemelhados já o ensinaram.

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