Por Washington Luiz de Araújo, Brasil 247 –
Fernando Henrique Cardoso tem se postado como uma pessoa vaidosa, rancorosa, invejosa e preconceituosa, que se distancia muito do estadista que acha que um dia foi
“Como não envelhecer com dignidade”. Este seria um bom título para um livro de auto-ajuda escrito por Fernando Henrique Cardoso. Protegido pela chamada velha mídia, prisioneira de seus vícios ancestrais e contumaz sabotadora das esperanças nacionais, o homem, que é mais conhecido por suas iniciais, a cada dia que passa merece menos credibilidade. Fernando Henrique Cardoso tem se postado como uma pessoa vaidosa, rancorosa, invejosa e preconceituosa, que se distancia muito do estadista que acha que um dia foi.
Sempre rápido para apontar defeitos alheios e incapaz de reconhecer os próprios (deve achar que não os tem), Fernando Henrique Cardoso prefaciou-se como pessoa exemplar, dotada de atitudes dignas. O restante do livro, porém…
Certa vez, entrevistei para a Revista Brasileiros uma dessas personalidades políticas com histórias realmente edificantes, cujo passado e comportamento atual só o dignificam mais ainda. Essa pessoa, o ex-ministro do Trabalho de João Goulart, Almino Afonso, explicou em nossa conversa o motivo para ter se distanciado de Fernando Henrique Cardoso, com quem esteve exilado no Chile.
Com a palavra, Almino Afonso, hoje com 85 anos de idade: “Fui deputado federal no ano em que Fernando Henrique se elegeu presidente (1994). Tornei-me vice-líder do governo do Fernando na Câmara no primeiro mandato. Aí, me afastei porque o Fernando começou a ter composições opostas às que sempre teve. Ele era a favor do monopólio estatal no petróleo, por exemplo, mas a primeira medida que tomou perante o Congresso foi a de ruptura com o monopólio estatal. E várias outras coisas. Isso acabou me levando a renunciar desde logo. Essa história da defesa do monopólio estatal está no nosso sangue e tinha sido pensada também no Chile. Todas as sextas-feiras nos reuníamos na casa do Plínio Sampaio para analisar o Brasil. E o Fernando Henrique chega aqui e faz o oposto… O pai dele havia sido líder do monopólio estatal, o velho general Leônidas Cardoso. Eu me afastei politicamente do Fernando Henrique.”
Enquanto Almino Afonso procurou pontuar sua vida pela coerência política, FHC trilhou outro caminho. Quatro anos depois de ser eleito pela primeira vez ficou comprovado que ele comandou a compra de votos para a emenda das reeleições, o que tornou viável seu desejo de continuar mais quatro anos no poder. Recentemente, um veterano jornalista me dizia que Fernando Henrique Cardoso lutou como pôde para que Lula não palestrasse num evento da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, com o seguinte argumento: “Vocês vão querer um iletrado, um analfabeto falando aqui?”
Não há espaço suficiente aqui para falarmos mais extensamente das escorregadas morais desse senhor que não soube envelhecer com dignidade – e que parece ter horror àqueles que conseguem isso.