Publicado em Justificando –
O convidado da semana no Justificando Entrevista, o brasilianista e ativista dos direitos LGBT norte-americano James N. Green afirma que o processo de impeachment da presidenta Dilma é um golpe de Estado. “ As revelações dos áudios do senador Jucá comprovam o que as pessoas estavam dizendo sobre a conspiração de setores do STF e políticos para evitar investigações de certos políticos na Lava Jato”, disse.
O Brasilianista – estrangeiro especializado em Brasil – rebateu a alegação de que não haveria golpe, uma vez que as instituições estão funcionando – “Como historiador especializado em ditadura militar, eu vejo muitos problemas com o argumento de que as instituições estão funcionando. Em 64, quando Jango foi obrigado a fugir para o Rio Grande do Sul, eles alegaram que ele havia abandonado a presidência e iriam seguir a constituição. O presidente da câmara dos deputados assumiu por 30 dias até eles votarem em um novo presidente. Fizeram isso e elegeram Castelo Branco. Mas nada disso foi verídico, então, tudo foi ilegal.”
Green acredita que existe uma tendência dos EUA em apoiar os novos governos liberais que virão, pois estes favorecem o mercado norte americano, apesar da academia científica internacional condene o processo ocorrido no país. “Falando em especialista estrangeiros, acredito que 80% considera golpe ou uma ruptura da democracia”.
“Não podemos divulgar o Brasil como a república da banana, não é. Aqui é uma situação totalmente diferente, com uma sociedade complexa, com uma economia complexa e com uma cultura complexa. Mas é difícil defender quando o Temer indica nove ministros que são investigados por corrupção. Ai as pessoas se perguntam: o que é isso? é um governo realmente estereotipado de terceiro mundo de pessoas que estão no poder somente para usufruir em causa própria.”, esclareceu.
Movimento LGBT
Green foi um dos pioneiros do movimento LGBT do Brasil. Ele acompanhou toda a trajetória da parada LGBT de São Paulo, considerada a maior do mundo, e acredita que o momento é tão crítico que no última edição acabou se tornado um ato político. “Eu acho que virou uma festa de afirmação, de alegria, pegação, paquera e que eu acho que é fabuloso, não vejo problema algum nisso.. Durante muitos anos s militantes queriam que tivesse um cunho político, e acho muito interessante que esse ano tenha sido politizada.”
O brasilianista acredita que os próximos governos que virão, irão violar ainda mais os direitos humanos. “Os movimentos sociais vão ser reprimidos, e o ministro da justiça já deixou bem claro isso, Vão surgir novas figuras que pode ser os próximos lideres do país, como marina e Ciro gomes. O brasil é difícil explicar e ensinar a história.”, concluiu