A Organização Mundial de Saúde, a OMS, considera o suicídio um problema de saúde pública, segundo seus estudos, 804 mil pessoas cometem suicídios por ano e o Brasil é oitavo país em número de suicídios. Ainda em 2012 foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres. Para OMS, o tabu em torno deste tipo de morte, impede a realização de ações eficazes de conscientização e prevenção. O estudo ainda diz que a cada 40 segundos uma pessoa comente suicídio no mundo.
É em meio a esta realidade mundial que surgiu o filme “A pequena loja de suicídios”, o filme foi lançado em 2012, mas ainda serve para o ano de 2015.
A história acontece em uma cidade triste e depressiva, onde ninguém mais se diverte. A cidade está sempre cinzenta, as ruas com um trânsito confuso e cercado por enormes prédios com pequenas janelas. Nas calçadas as pessoas se arrastam desanimadas, é possível perceber as olheiras, o olhar sempre pra baixo, os lábios que se mantém longe de um sorriso, e a postura mórbida de quem não tem mais motivos para viver. Enquanto isso, algumas pessoas se jogam diante do primeiro carro que veem ou se atiram dos prédios mais altos. O suicídio não é permitido em lugares públicos, quem se mata publicamente recebe de imediato um recibo de multa que é colocado no corpo: os familiares pagarão a pesada multa.
No meio de todo este contexto, que a família Tuvache prospera com um negócio único: A loja de suicídios. Oferecendo aos clientes uma opção de suicídio requintada e confortável. Mas tudo muda com a chegada do terceiro filho, Allan, que para azar da família é sorridente e cheio de pensamentos positivos. Um contraste com o aroma de morte tão desejado pela família e pelos negócios.
Você pode assistir o filme completo antes de ler o final da análise:
No decorrer do filme aparecerão diversos clientes, com o objetivo comum do suicídio, mas com comportamentos bem distintos, nos trazendo a reflexão da individualidade e das diferentes manifestações de sintomas. É uma forma de quebrar um tabu e falar sobre um tema tão importante.
A história mostra com sutiliza um assunto tão sério e delicado. Também é capaz de nos transmitir tanto os sentimentos depressivos como a apatia das pessoas através das falas, cores e gestos.
O filme só perde seu tom mórbido no final quando Alan, com sua felicidade nata, consegue mudar o comportamento das pessoas a sua volta. O final meio imaginário apresenta o clásico “felizes para sempre” e perde a oportunidade de mostrar com mais sensibilidade e detalhes o restabelecimento da depressão. Mas é um bom filme para ver a depressão de uma forma mais clara e falando abertamente sobre seus sintomas e nuances.