Tarcísio já definiu que o estado criará mais 100 escolas cívico-militares a partir do segundo semestre deste ano. Governador paulista quer colocar PMs aposentados para dar aula de política e ética.
Por Plinio Teodoro, compartilhado de Fórum
na foto: Tarcísio Gomes de Freitas passa soldados da Rota, a polícia assassina paulista, em revista. Créditos: Pablo Jacob / Governo do Estado de SP
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vistas na manhã desta segunda-feira (5) e travou o julgamento sobre a suspensão da lei criada pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) para criar as chamadas escolas cívico-militares.
A lei havia sido suspensa por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, mas por decisão individual do ministro Gilmar Mendes, do STF, Tarcísio pode seguir com o projeto.
Mendes atendeu ao pedido do governador, para suspender a decisão da justiça paulista, e jogou o caso para julgamento em plenário virtual na corte.
Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes acompanharam Mendes, que é relator do caso. Dino, no entanto, pediu vistas à ação movida pelo Apeoesp, o sindicato dos professores de São Paulo, que questiona a constitucionalidade da medida.
Aulas com militares aposentados
Tarcísio já definiu que o estado criará mais 100 escolas cívico-militares a partir do segundo semestre deste ano. As unidades integram um universo de 302 escolas cujos diretores manifestaram-se interessados na excrescência educacional que virou moda entre os gestores de extrema direita.
Dessas, 132 conseguiram aprovar a ideia em “reuniões com a comunidade escolar, formada por pais, alunos e professores”, sendo que 100 delas serão convertidas para esse modelo ainda em 2025.
Pelas regras do “currículo paulista das escolas cívico-militares”, PMs aposentados farão papel de professores dos jovens alunos e darão aulas a eles de política e ética.
No modelo, essas aulas serão consideradas atividades extracurriculares e os mesmos PMs, que trabalharão desarmados, serão os responsáveis pela segurança da unidade e pela entrada e saída dos alunos.