Por Vinicius Soares, via Mônica Kartnaller, colhido no WhatsApp
“Vamos aos fatos:
FlordeLis representa a igreja evangélica. SIM.
Foi eleita, democraticamente, por votos de evangélicos. SIM.
Pregou contra o “homossexualismo” (como a igreja evangélica gosta de se referir mesmo sabendo que é um termo pejorativo). SIM.
É uma exímia representante da Teologia da Prosperidade. SIM.
Arrastou multidões em seus cultos com cantores gospel conhecidos em todo país. SIM.
Fez congressos com igrejas lotadas e pastores conhecidos. SIM.
Teve espaço e apoio em rádios evangélicas, SIM.
Foi tema do filme chamado “Flor de Lis – Basta uma Palavra para Mudar”, em 2009. SIM.
Parem, mas parem mesmo, de dizer que ela não representa a igreja evangélica. Ela é a própria figura da igreja evangélica brasileira.
Até onde foi conveniente, ela nunca foi criticada pela igreja evangélica que deu voz, deu espaço, deu oferta, dinheiro, visibilidade e cargo político para ela. SIM.
Não me venham com “ela não é crente de verdade”. Ela é, sim. SIM.
Assumam, em silêncio e autocrítica, que a criação da marca (sim, marca) Pastora Flor de Lis®️ veio do seio da igreja evangélica. Legitimada e patenteada pela própria igreja evangélica.
Assumam a responsabilidade com maturidade, silêncio e autocrítica.
A igreja evangélica brasileira precisa, urgentemente, rever seus apoios, seus dogmas, suas “verdades”, seus preconceitos e toda sua colaboração para com o atraso deste país.
Com suas alianças, com as bancadas obscuras do Congresso, manipulação da informação (fake news) e o desmonte da cultura do Brasil.
Com o acréscimo da relação escusa com a milícia e o PVI (Povo de Israel) ou Portal 001, facção criminosa que se autodenomina evangélica.
Cadê vocês criticando a formação do PVI? Teatros públicos sendo transformados em templos. Secretarias de cultura apoiando descaradamente projetos de cunho evangélico num delírio antiético e antidemocrático. Censura à iniciativas de inclusão. Fotos dentro da igreja fazendo arminha com a mão.
Deus é fiel. Deus quem me deu. Deus sendo figura do capitalismo, onde não se sabe a diferença entre igreja e casa lotérica.
Dízimo como moeda de troca, a nova indulgência. “Dê sua oferta e ganhe a bênção celestial”, que no caso é sempre um carro, um emprego, dinheiro, cura física ou algo material.
Nunca a bênção é a cura do preconceito, evolução espiritual, resolução das maledicências, de se tornar mais amável, tolerante, ético ou realmente amar o semelhante. Do contrário, a “bênção” é, basicamente, dinheiro.
“Deus te honrará nesta terra”, discurso totalmente contrário ao de Cristo.
Tenham o mínimo de decência e aceitem as críticas, em silêncio, por todo atraso que nos propuseram. E sem “ahhh, mas nem todo crente…”A. té porque o discurso e a práxis são bem incongruentes.
Vocês estão muito longe de Jesus Cristo, mas muito longe.
A conta não fecha, num balaio de arrogância, ignorância, violência, dogmatismo, intolerância e igrejas lotadas no meio de uma pandemia.
Silêncio e Autocrítica. Silêncio e Autocrítica. Silêncio e Autocrítica.
Grato.